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Greve na CP suprime 214 comboios até às 18h00

A CP realizou 784 das 998 ligações ferroviárias que tinha programadas, anunciou fonte oficial da empresa, enquanto fonte sindical referiu uma elevada adesão ao protesto.
25 Junho 2021, 20h37

A CP realizou 784 das 998 ligações ferroviárias que tinha programadas até às 18h00 desta sexta-feira, apesar da greve que decorre até às 24h00, anunciou fonte oficial da empresa, enquanto fonte sindical referiu uma elevada adesão ao protesto. De acordo com o balanço feito pela CP, dos 214 comboios suprimidos, 70 são do serviço regional, 53 são comboios urbanos do Porto, 70 são urbanos de Lisboa e 21 são de longo curso.

A greve dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal, da IP e das suas empresas filiadas (IP Telecom, IP Património e IP Engenharia) foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), que reclamam um aumento geral dos salários.

Além das estruturas sindicais da CGTP, está também envolvido na paralisação o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE)), da UGT.

José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans, disse à Lusa que “a greve tem tido uma elevada adesão”, embora com “dados muito díspares”.

Além da supressão de comboios, os trabalhos de manutenção e reparação das oficinas vão ficar atrasados devido à paralisação, segundo o sindicalista.

“A greve está a ter uma adesão bastante elevada, com cerca de um terço dos comboios suprimidos, mas é nas oficinas que se regista maior incidência, com uma adesão de 95%, estando quase tudo parado”, afirmou.

Segundo o dirigente da Fectrans, as orientações do Governo para as empresas do setor são de “contenção e congelamento dos salários”, pelo que “há razão para que a luta na IP e empresas afiliadas seja coincidente com a da CP, pois têm a mesma tutela governamental”.

“Os trabalhadores destas empresas querem ver valorizados os seus salários, que cada vez mais se aproximam do salário mínimo nacional, e, porque é uma reivindicação de todos, entendemos que é necessário que a luta deve ser cada vez mais abrangente”, defendeu José Oliveira.

A CP alertou para possíveis perturbações em todos os serviços e anunciou que os clientes que tenham comprado bilhetes para os comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, podem solicitar o “reembolso total do bilhete, ou a sua revalidação, sem custos”.

O tribunal arbitral que funciona no âmbito do Conselho Económico e Social (CES) definiu apenas como serviços mínimos para esta greve, “os necessários para levar aos seus destinos os comboios que se encontrem em marcha à hora do início da greve”, para a movimentação do “comboio socorro” e para o transporte de mercadorias perigosas e perecíveis.

Nos serviços de telecomunicações da IP tem de ser garantida a “manutenção corretiva e supervisão da rede”. Durante a greve terão ainda de ser assegurados “os serviços necessários à segurança e manutenção dos equipamentos e instalações”.

A decisão arbitral teve em conta a jurisprudência anterior do CES, considerando que “o impacto na mobilidade das pessoas não é muito elevado”, por ser apenas um dia de greve, que não coincide com paralisações noutros transportes públicos.

Fonte oficial do CES confirmou à Lusa que foram ali recebidas “três exposições” de utentes que se sentiram prejudicados pela falta de serviços mínimos que obrigassem à circulação de um determinado número de comboios.

As reclamações foram encaminhadas para o tribunal arbitral e para os sindicatos e empresas envolvidos no conflito laboral, dado que o CES não interfere na arbitragem.

De acordo com a mesma fonte, este tipo de reclamações “surgem pontualmente, quando estão em causa greves com maior impacto junto da população”, mas são “formalmente consideradas como exposições”, dado que a decisão arbitral é final.

Esta paralisação segue-se à greve dos trabalhadores da IP que se realizou em 02 de junho e que provocou perturbações significativas na circulação de comboios. Na CP, decorreu entre 6 e 8 de junho uma greve de três dias dos revisores e trabalhadores das bilheteiras que registou, também, impacto na circulação de comboios. A Fectrans tinha promovido uma greve idêntica a 27 de maio.

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