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Greves – que consequências?

E não podem, acima de tudo, colocar em causa a liberdade e os direitos dos restantes cidadãos, que é na prática, aquilo que todos invocam.
27 Agosto 2019, 07h15

Vem mesmo a propósito, dado o momento complicado que o País atravessa. Então não é que estamos a passar pela mesma situação, que tantos prejuízos que já causou ao País há meses? Como é que se admite novamente passar por isto? Bom, a primeira explicação é simples, a Constituição Portuguesa permite. E naturalmente impõe-se a pergunta, para quando uma alteração ao documento fundamental do País, em muitos aspetos desatualizado? Claro que não estará para breve. E não está, porque boa parte da Assembleia da República continua a se insurgir contra.

Como é possível, num País que se diz democrático, que trabalhadores sindicalizados possam praticamente parar as funções básicas do mesmo? Que poder é este? Então a liberdade de uns não termina quando se inicia a de outros? Ainda se leem nos jornais que as medidas que estão a ser aplicadas, e aqui naturalmente sem qualquer opinião política que a mim não compete, são um atentado ao direito à greve!! Mas muitos trabalhadores Portugueses por exemplo, não podem ser grevistas!! Ou não querem!! Qual a alternativa, se sindicalizar à força? E com isso dar a sua anuência a este poder excessivo, com as consequências dramáticas que daí decorrem?

Meus caros, esta situação apenas acontece porque ainda temos em Portugal um conjunto de poderes e direitos pseudo adquiridos, que nos levam a ter estes prejuízos económicos e financeiros em larga escala. Não só prejudicam a vida diária das empresas e trabalhadores, como contempla em si, e em larga escala, prejuízos para o País em muitos milhões de euros. Nós, Portugueses, precisamos que olhem para nós como um País seguro, estável. Quem irá investir num País onde situações destas podem ocorrer a qualquer momento, e sem consequências para quem as organiza? Invocaram melhorias dos salários dos trabalhadores. Então o percurso não é o oposto? As empresas têm que forçosamente produzir para poder distribuir melhores condições de vida aos seus trabalhadores.

Hipotecar a saúde financeira das empresas, e em muitos casos, débil saúde financeira, poderá significar exatamente o oposto. É distribuir o que não temos. Este paradigma tem de mudar, e, essencialmente, a Lei tem que mudar. As greves não podem ser um fim em si mesmo, muitas vezes em semanas com feriados nacionais e regionais, que tudo indicam o que se pretende com a sua marcação. E não podem, acima de tudo, colocar em causa a liberdade e os direitos dos restantes cidadãos, que é na prática, aquilo que todos invocam.

Boas férias a todos.

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