Grupo EDP lidera ganhos e Lisboa contraria ‘vermelho’ europeu

A bolsa de Lisboa terminou o dia com ganhos, em contraciclo com o sentimento registado nas principais bolsas europeias, na sessão de sexta-feira.

O índice PSI subiu 1,81% e alcançou os 6.520 pontos, a beneficiar sobretudo de valorizações de 5% nas ações da EDP Renováveis, que alcançaram os 7,46 euros e de 4,01% na EDP, para os 3,063 euros. As cotações de mercado das duas companhias beneficiaram do interesse do maior acionista da Naturgy na possibilidade de uma fusão com a EDP.

Seguiram-se subidas de 1,98% para 0,5246 euros nos títulos do BCP e 1,69% no caso da Navigator, que alcançou os 3,24 euros.

Em sentido oposto, os CTT protagonizaram a única queda, na ordem de 0,15%, até aos 6,65 euros.

Entre os índices de referência das principais praças europeias, houve decréscimos de 0,78% na Alemanha, 0,73% em Itália, 0,30% em França e 0,03% em Espanha, enquanto o Reino Unido fugiu à regra, ao ganhar  0,55%. No índice agregado Euro Stoxx 50 houve um recuo de 0,42%.

“Bolsas europeias encerram no vermelho, depois da China ter retaliado uma vez mais aos EUA, ao aumentar as tarifas de 84% para os 125% a partir de 12 de abril”, salienta-se na análise do Departamento de Mercados Acionistas do Millennium Investment Banking.

“De realçar que o Ministério das Finanças chinês afirmou ainda que não irá voltar a aumentar as tarifas e irá desconsiderar novos aumentos impostos pelos EUA, uma vez que os produtos norte-americanos já não são comercializáveis na China com as taxas atuais”, apontam os analistas, que deixam mais uma nota sobre a guerra comercial.

“A segunda maior economia do mundo anunciou também que irá aplicar tarifas sobre todos os chips importados com base onde estes são fabricados e não no país de envio, numa tentativa de eliminar possíveis contornos às tarifas”, alerta-se, na mesma análise.

“No universo Stoxx 600, os setores mais defensivos, como o de utilities e health care, estiverem entre os maiores ganhos, indicando uma postura mais defensiva por parte dos investidores. O imobiliário liderou as subidas impulsionado pelas quedas das yields de dívida soberana europeias”, assinalam os mesmos analistas.

“Em Portugal, EDP e EDP Renováveis estiveram em destaque ao subir mais de 4%, animadas pelo bom ambiente no setor e por rumores de que a espanhola Naturgy poderá estar novamente interessada numa fusão com a EDP, apesar da espanhola ter negado estas afirmações. O grupo EDP acabou por impulsionar o índice nacional que escapou às quedas”, finaliza a análise.