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Grupos carnavalescos trabalham a “200 km/hora” em Cabo Verde

Os grupos de São Vicente estão a ultimar os preparativos para o grande desfile de terça-feira, 5 de março, no Sambódromo do Mindelo.
1 Março 2019, 11h29

Os grupos oficiais do Carnaval de São Vicente estão, neste momento, “a alta velocidade” a ultimar os preparativos para o grande desfile da próxima terça-feira (5 de março), no Sambódromo do Mindelo, onde enfrentarão o júri e o público. Nos estaleiros, a azáfama é enorme e não sobra num palmo de espaço. Por todos os cantos há sempre gente com coisas a fazer, uns a soldar, outros a forrar ou a colar e a pintar.

“Estamos a 200 quilómetros/hora para dar o nosso melhor, e asseguro que com tudo isto, quem vai ganhar é o Carnaval de São Vicente”, salientou o vice-presidente do grupo Estrela do Mar, Hipólito Tavares, também conhecido por «Papi». «Papi» garantiu à agência Inforpress que os trabalhos estão “bem encaminhado”. “Estamos a trabalhar para que tudo esteja pronto ontem…”, explicou o responsável, que destacou a “grande importância” dos artistas de estaleiro e das costureiras, que trabalham até altas horas da madrugada para colocar um “Carnaval de qualidade” nas ruas do Mindelo.

É através destes talentos que apostam em colocar 500 foliões “bem vestidos” nas ruas, e ainda três carros alegóricos e “algumas surpresas” para acompanhar o enredo “A Mensageira”. “Mas, ainda assim, acredito que devemos apostar na formação de mais artistas e costureiras para o Carnaval, pois, ainda não são suficientes, se queremos alcançar o nível que desejamos”, advogou Hipólito, para quem esta é uma vertente que os responsáveis da festa do Rei Momo deverão empenhar-se a partir de agora.

No Cruzeiros do Norte, a velocidade também não difere dos outros grupos, “sem tempo se quer para dormir…”, conforme desabafa o presidente, Jailson Juff. “Estamos na luta dia e noite, já que tivemos alguns atrasos iniciais devido a entrada das verbas, mas com certeza, na segunda-feira teremos tudo pronto”, salientou este carnavalesco, adiantando que apesar das dificuldades estão a conseguir fazer um “bom trabalho” para levar ao sambódromo, três carros alegóricos e cerca de mil foliões.

A mesma situação é também vivida pelo Flores do Mindelo, mas conforme disse o diretor de Carnaval, Nuno Costa, a situação está um “pouco complicada”, nem tanto pela qualidade, mas mais pelo tempo que “já foge…” às costureiras. Fora isso, assegurou Nuno Costa, está “tudo controlado” para as coisas saírem “sem contratempos”, quando estão a dobrar as noites para mostrarem aos mindelenses e seus visitantes o potencial do grupo, que neste ano, sairá com três carros alegóricos, dois tripés e entre 600 e 800 foliões, que darão corpo ao tema “Um Monte com cara de gente e um Monte de gente cara”.

Entretanto, o grupo Monte Sossego, segundo o seu presidente, António Duarte, também conhecido por «Patcha», não tem esta razão de queixa. “Tivemos apoios de empresas não só a nível financeiro, mas também em termos de materiais”, asseverou este responsável que, no entanto, reclama da falta de alguma matéria-prima no mercado para realizarem o projecto “bem exigente” que o grupo tem com o enredo “Meu Carnaval é uma novela”. “Mesmo assim estamos a conseguir cumprir o nosso cronograma e só faltam alguns acertos para termos tudo pronto até este fim-de-semana”, garantiu, adiantando que vão fazer “de tudo” para reaver o título de campeão, que os escapa há dois anos.

Monte Sossego conta ter esta estatueta de volta com a ajuda de 1.200 foliões e ainda três alegorias e um tripé. Os desfiles na terça-feira têm início a partir das 15:00 com Monte Sossego seguido de Flores do Mindelo, Estrela do Mar e por fim Cruzeiros do Norte. A grande decisão sobre os vencedores vai ser conhecida na quarta-feira (06) também pelas 15:00.

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