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Guerra aberta no PSD: conheça os ‘mimos’ entre Rio e Montenegro

Enquanto o líder do PS e primeiro-ministro António Costa encara esta divisão interna do PSD com alguma bonomia a cerca de quatro meses de eleições legislativas, deixamos-lhe alguns dos ‘mimos’ e ‘galhardetes’ que os pretendentes ao ceptro social-democrata têm trocado entre si. Só nas últimas horas.
12 Janeiro 2019, 20h25

Está na rua mais uma guerra aberta pela liderança do PSD, iniciada de forma mais clara ontem, dia 11 de janeiro, no desafio lançado por Luís Montenegro ao líder eleito há um ano, Rui Rio.

Rui Rio aceitou o repto de Luís Montenegro, mas, para já, recusa eleições diretas.

E lança acusações duras ao opositor e remete tudo para a votação de um Conselho Nacional extraordinário do partido para votar uma moção de confiança à liderança por ele presidida.

Enquanto o líder do PS e primeiro-ministro António Costa encara esta divisão interna do PSD com alguma bonomia a cerca de quatro meses de eleições legislativas, deixamos-lhe alguns dos ‘mimos’ e ‘galhardetes’ que os pretendentes ao ceptro social-democrata têm trocado entre si. Só nas últimas horas.

Rui Rio

“Apenas um mês depois da nossa eleição, sem que os órgãos nacionais e eu próprio tivéssemos sequer tomado posse, sem que nada houvesse a apontar ao meu mandato, que ainda nem sequer se tinha iniciado, já Luís Montenegro se manifestava descontente e se declarava opositor”.

Luís Montenegro

“O estado a que chegou o PSD é mau, preocupante e irreversível”.

Rui Rio

“[Luís Montenegro] estava contra [a liderança do PSD] quando ainda não havia nenhum motivo para se estar contra ou a favor. Simplesmente, porque, naquele momento, nada se tinha ainda iniciado” – referindo-se às declarações de Luís Montenegro no congresso do PSD em fevereiro de 2018, um mês após a eleição de Rui Rio.

Luís Montenegro

“Estou aqui para ser o adversário que António Costa não tem tido”.

Rui Rio

“Estranhei esta postura eticamente questionável. Mas, agora, tudo está claro. Luís Montenegro é um destacado militante do PSD, tinha toda a legitimidade para ser candidato a presidente do partido. Não o fez por razões que agora se percebe terem sido puramente táticas”.

Luís Montenegro

“Sou um homem livre, de bem com a vida. Estou aqui porque quero estar e porque sinto que devo estar”.

Rui Rio

“O PSD é um partido grande demais e importante demais para poder estar sujeito e permanentes manobras táticas ao serviço de interesses individuais ou de grupos, sejam estes mais às claras ou mais escondidos, sob o manto de um qualquer secretismo”.

Luís Montenegro

“Se nada for feito, o PSD corre o risco de ter uma derrota humilhante”.

Rui Rio

“Não há memória de, na história da democracia portuguesa, um dirigente partidário ter lançado propositadamente tamanha confusão e instabilidade no seu partido a tão pouco tempo de eleições. Para quem se diz preocupado como o tipo de oposição que tem sido protagonizada pelo PSD, é difícil imaginar melhor serviço ao PS e ao Governo. Esta atitude demonstra, em face da dimensão da tarefa que diz querer assumir, que a sua maturidade política e o seu sentido de responsabilidade estão ainda muito aquém da complexidade que as circunstâncias nos exigem”.

Luís Montenegro

“Já não estamos numa situação normal. Há um ano, ninguém imaginava a brutal degradação do PSD”.

Rui Rio

“Esta atitude demonstra também falta de firmeza para travar os instigadores desta aventura que, em grande parte, apenas se move pela tentativa de manutenção dos seus lugares nas próximas listas do partido. É exatamente isto que eu quero mudar no PSD. Quero um partido frontal, genuíno e sincero. Um partido aberto a naturais e salutares divergências, mas fechado àquelas que são meramente táticas e artificiais. Lançar o PSD numa nova disputa interna à porta de eleições é fazer o jogo do Partido Socialista e prestar um serviço de primeiríssima qualidade a António Costa”.

 

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