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Guerra de preços no crude arrasa mercados. Galp tomba 15% para mínimos de mais de quatro anos

Numa segunda-feira de pesadelo para os mercados, e com o preço do barril de Brent a afundar mais de 20% numa guerra de preços após o fracasso de cimeira da OPEP+, a petrolífera portuguesa cai para mínimos de janeiro de 2016. O índice PSI 20 desce 8,38%, em linha com as principais praças europeias.
  • Paulo Whitaker/Reuters
9 Março 2020, 13h51

O preço do barril de Brent afunda esta segunda-feira, às 13h48, 21,32% para 35,62 dólares, o índice Stoxx Europe 600 oil&gas perde 15% e a Galp Energia dá um trambolhão de quase 15% tmbém para 9,79 euros por ação, mínimos do início de janeiro de 2016, ou seja, quatro anos e dois meses.

As causas são evidentes: a OPEP+ não chegou a acordo na sexta-feira para cortar a produção de petróleo e combater o impacto negativo do coronavírus, os analistas imediatamente preveram uma guerra de preços e excesso de oferta no mercado e a Arábia Saudita não perdeu tempo e no fim de semana cortou os preços oficiais (OSP, official selling prices) em todos os tipos de crude entre 6 e 8 dólares por barril e que planeia aumentar a produção em 10 milhões de barris por dia em abril.

“Após o desacordo entre a Rússia e a OPEP, o preço do petróleo sofreu hoje a maior queda diária desde a Guerra do Golfo em 1991, chegando a cerca de 30% de redução no tipo Brent.  Piorando ainda mais a situação, a Arábia Saudita decidiu reduzir os seus preços oficiais de venda, provocando assim uma maior queda do preço e da tensão com a Rússia”, explicou Francisco Alves, analista da corretora Infinox.

“Consequentemente, todas as companhias petrolíferas foram afetadas negativamente. No caso da Galp, viu as suas ações serem reduzidas cerca de 25%, tocando num mínimo de 8,63 euros. Já tendo aliviado um pouco a pressão de venda, a ação está perto dos 9,80 euros”, adiantou.

A pressão no crude e nas petrolíferas está a contagiar as bolsas mundiais. Nos Estados Unidos, a negociação em Wall Street foi suspensa por 15 minutos após o índice Dow jones ter aberto a tombar 7%, despoletando uma paragem automática.

Na Europa, o alemão Dax cai 8,47%, o francês CAC40 desce 8,68% e o FTSE MIB de Milão tomba 11,63%. Em Portugal, no PSI 20 perde 8,43% para 4.277,51 pontos, com o BCP e a cair 12,71%,  a Sonae 8,80%, num índice com todos os títulos no vermelho.

 

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