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Guerra de titãs ameaça Bull market de Wall Street

O sentimento deverá ser maioritariamente condicionado pelas notícias ou rumores que forem conhecidos sobre as negociações relativas ao impasse existente na guerra comercial, isto porque enquanto durar esta guerra de titãs, dificilmente os Bulls terão carta branca para puxar pelo mercado.
  • Brendan McDermid/Reuters
13 Maio 2019, 07h45

Numa semana repleta de ziguezagues e emoção, como há algum tempo não se via em Wall Street, o final foi igual ao principio. Tal como segunda-feira os índices norte-americanos acordaram na sexta-feira com perdas que chegaram a ser superiores aos -1,5% de desvalorização, desta feita após a efectivação da ameaça que Trump tinha anunciado no domingo passado, ou seja, as novas tarifas alfandegárias de 25% sobre mais $200 mil milhões de produtos importados pelos EUA da China, entraram mesmo em vigor, escalando assim da retórica das palavras à crispação efectiva na relação comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Se o início da semana passada a recuperação dos índices ocorreu devido à pouca credibilidade que os investidores davam à consumação da ameaça do presidente norte-americano, no final foi de novo Trump a estar no centro da decisão do mercado, após num tweet ter revelado que as negociações realizadas nos dois dias em que o vice-premier chinês esteve em Washington, foram construtivas e que mantém uma relação muito boa com o seu homologo chinês, dando a entender igualmente que as negociações irão continuar, não se tendo quebrado assim o optimismo quando a uma resolução a curto prazo deste conflito.

Igualmente importante o facto de que existe agora um espaço de três a quatro semanas em que a administração de Trump não irá encetar mais medidas, como por exemplo alargar as tarifas à totalidade das importações, ou seja aos restantes cerca de $325 mil milhões. Depois de uma recuperação iniciada por volta do meio dia, hora local, Wall Street terminou com ganhos em toda a linha, que variaram entre os 0,44% no Dow Jones e os 0.08% do Nasdaq. De realçar no entanto que apesar do optimismo os activos refúgio estiveram sobre forte pressão compradora, com as utilities a liderarem os ganhos no S&P500 fruto de uma subida de 1,73%, enquanto que retalhistas de produtos essenciais e imobiliárias terminaram a valer mais de 1,1%.

Não obstante o optimismo no dia, o certo é que os índices norte-americanos acabaram por ter a pior semana desde que se iniciou a recuperação a seguir ao dia de Natal, com um recuo de -2,2% no S&P500, ficando assim reservada para os próximos dias a confirmação da tendência negativa que poderá assim dar suporte para uma fase de correcção. No mercado cambial o U.S dólar revelou alguma fraqueza o que permitiu ao Euro e Yen ganhos de 0,2% cada, para os $1.123 e 109.90 respectivamente, enquanto que a Libra inglesa ficou praticamente inalterada, um dia antes de saírem projecções no Reino Unido, para as eleições europeias, que dão a vitória ao Brexit Party de Nigel Farage no acto eleitoral que se aproxima.

Nos próximos dias irão sair dados económicos relativos à performance da China, EUA e Europa, de importância média a alta, contudo o sentimento deverá ser maioritariamente condicionado pelas notícias ou rumores que forem conhecidos sobre as negociações relativas ao impasse existente na guerra comercial, isto porque enquanto durar esta guerra de titans, dificilmente os Bulls terão carta branca para puxar pelo mercado.

O gráfico de hoje é do S&P500 o time-frame é Diário

O índice mais seguido tem na linha azul inferior a sua primeira zona de resistência em caso de uma correcção no curto-prazo

 

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