Guerra trava avanço nas relações económicas entre a Rússia e Japão

Não têm sido dados novos passos no sentido de implementar o plano de oito pontos de cooperação económica entre o Japão e a Rússia devido à situação em torno da Ucrânia. A informação foi transmitida pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, segundo avança a “Reuters” esta quinta-feira, 17 de março.

“Quanto ao plano de cooperação de oito pontos, entendemos que, naturalmente, não é possível dar novos passos [na sua implementação]”, disse Fumio Kishida ao parlamento.

Kishida admitiu que as metas estabelecidas pelo antecessor, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, sobre o problema dos “territórios do norte”, referindo-se às ilhas Curilas, e um tratado de paz com a Rússia não foram alcançadas. “Lamentavelmente, os nossos esforços não deram resultado”, acrescentou.

De acordo com o primeiro-ministro japonês, as decisões sobre a futura cooperação económica e empresarial com a Rússia têm de ter em consideração “interesses nacionais do povo japonês, com base em questões de segurança energética do Japão” e no desenvolvimento da situação em torno da Ucrânia.

A cooperação económica entre Tóquio e Moscovo nos últimos anos teve por base um plano de oito pontos proposto por Abe em maio de 2016. O documento prevê o desenvolvimento de relações nas esferas de energia, pequenas e médias empresas, industrialização do Extremo Oriente da Rússia , e expansão das exportações.

Desde meados do século 20 que a Rússia e o Japão têm vindo a negociar um tratado de paz após a Segunda Guerra Mundial desde meados. O principal obstáculo ao acordo é a questão da propriedade das Ilhas Curilas. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, todas as Ilhas Curilas foram incorporadas à União Soviética. No entanto, o Japão desafiou a propriedade de Iturup, Kunashir, ilhas Shikotan e várias ilhas do Lesser Kuril Ridge, chamadas Ilhas Habomai no Japão.

Em 1956, a União Soviética e o Japão assinaram uma declaração conjunta sobre o fim do estado de guerra. Os dois países retomaram relações diplomáticas e outras, mas nenhum tratado de paz foi assinado até ao momento.