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“Há um perpetuar da elitização do conhecimento que é preciso combater”

A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior diz que Portugal é um país de produção de conhecimento embora o número de jovens que frequenta o ensino superior não corresponda às expetativas.
10 Outubro 2018, 07h10

Maria Fernanda Rollo, secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, considera que Portugal é um “país de produção de conhecimento, investigação e interiorização da realidade digital”. No entanto, a governante que esteve ontem presente no evento “Inteligência Artificial 2019 – Empowering Transformation in Portugal”, organizado pela Microsoft e EY, alerta que ainda existe outra parte do território que precisa de conseguir acompanhar este grande desafio”.

A secretária de Estado destacou também que as instituições de ensino superior têm feito nos últimos anos “um esforço muito grande” de relacionamento com o tecido empresarial. “Havia aquela ideia de que os professores e os investigadores estão fechados nas suas torres de marfins. Há muitos anos que não é assim”.

À margem do evento, em declarações ao Jornal Económico e ao Observador, Maria Fernanda Rollo considerou que as empresas deviam chamar as instituições de ensino superior de uma forma mais “organizada” e “persistente”. “Os institutos politécnicos preparam cursos colaborativos com as empresas para dar respostas imediatas e conjunturais aquilo que são as necessidades das companhias”.

A governante esclareceu que 2/3 dos jovens portugueses acredita que “não vale a pena prosseguir estudos” e que o conceito social e cultural em que estão envolvidos não os “estimula nesse sentido”. Já os que vão para o ensino superior são maioritariamente filhos de pessoas que já foram para o ensino superior. Há aqui um perpeturar desta espécie de elitização do conhecimento que nos compete a todos nós combater”, conclui.

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