O movimento islamita Hamas responsabilizou este domingo Israel e os Estados Unidos pela morte de seis reféns que estavam em cativeiro na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, sustentando que foram mortos por bombardeamentos israelitas.
“A responsabilidade pela morte dos prisioneiros detidos pela resistência é da ocupação, que insiste em continuar a sua guerra genocida e em fugir a um acordo de cessar-fogo, bem como da administração norte-americana pela sua parcialidade, apoio e cumplicidade”, disse o porta-voz e membro do gabinete político do Hamas.
Izzat al Rishq referiu que “a administração norte-americana é responsável pela morte dos prisioneiros devido à sua colaboração na agressão”.
O porta-voz do Hamas acusa ainda o presidente Joe Biden de se “render” às condições do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que é culpado de “obstruir a realização de um acordo para se manter no poder” graças ao apoio de uma coligação ultranacionalista.
O exército de Israel anunciou este domingo que identificou os corpos de seis reféns recuperados na Faixa de Gaza, duas mulheres e quatro homens, incluindo um israelo-norte-americano e um israelo-russo. De acordo com as autoridades israelitas, os reféns foram mortos pouco antes de terem sido encontrados nos túneis controlados pelo Hamas na Faixa de Gaza.
Embora Israel não tenha declarado oficialmente as circunstâncias exatas das mortes, o porta-voz militar Daniel Hagari disse que os seis reféns foram encontrados mortos, enquanto fontes médicas das forças de segurança disseram aos meios de comunicação israelitas que os corpos apresentavam sinais de terem sido executados.
O porta-voz militar Daniel Hagari afirmou que, de acordo com uma investigação inicial, os seis reféns teriam sido mortos pelo Hamas pouco antes de as forças os alcançarem, mas não deu mais pormenores.
Segundo o diário israelita Haaretz, as autópsias “indicam que todos foram baleados na cabeça e que não há dúvida de que morreram em consequência dos tiros”, mas não citou a fonte.
Os familiares dos reféns ficaram furiosos ao saberem das mortes, afirmando que se o primeiro-ministro israelita tivesse assinado um acordo de cessar-fogo com o Hamas, eles ainda estariam vivos.
Por sua vez, Benjamin Netanyahu manifestou pesar pela morte de seis reféns, afirmando que os assassinatos provam que o Hamas não quer um acordo de cessar-fogo.
Na última semana, Israel lançou uma operação militar em grande escala no território palestiniano da Cisjordânia, sob ocupação israelita desde 1967, onde ocorreram confrontos mortais e fortes incursões do Exército em cidades palestinianas como Tulkarem e Jenin.
Esta situação suscita receios de que a intensidade do conflito na Faixa de Gaza possa alastrar à Cisjordânia, onde o nível de violência é extremamente elevado desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, em 7 de outubro de 2023.
Israel declarou naquela data uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas depois de este ter realizado em território israelita um ataque que matou mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse, baseada em números oficiais israelitas.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também 251 reféns.
Segundo as Forças de Defesa de Israel, dos reféns, perto de cem foram libertados no final de novembro, durante uma trégua, em troca de prisioneiros palestinianos, permanecendo dezenas detidos e outros morreram.
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