[weglot_switcher]

Harvard entrega processo em tribunal para evitar cortes no financiamento dos Estados Unidos

A Universidade de Harvard acusa o Governo dos Estados Unidos de “utilizar a retenção de financiamento federal como alavanca para ganhar controlo na tomada de decisões” que acontece na instituição de ensino.
22 Abril 2025, 09h19

A Universidade de Harvard entregou um processo num tribunal federal em Boston, na segunda-feira, com o objetivo de travar os cortes no financiamento por parte do Governo norte-americano, avança a agência noticiosa Reuters, esta terça-feira.

“Este caso envolve os esforços do Governo para utilizar a retenção de financiamento federal como alavanca para ganhar controlo na tomada de decisões em Harvard”, defende a Universidade, citada pela agência noticiosa.
O porta-voz da Casa Branca, Harrison Fields, referiu que o dinheiro dos contribuintes é “um privilégio” e afirmou que Harvard “fala em cumprir com as condições básicas necessárias para aceder a esse privilégio”.
A Reuters salientou que a administração norte-americana está a rever o financiamento de nove mil milhões de dólares a Harvard. A Casa Branca, salienta a agência noticiosa, entregou à Universidade uma série de exigências, entre as quais o fim dos programas de diversidade, igualdade e inclusão. Até ao momento terão sido congelados 2,3 mil milhões de dólares em financiamento à instituição de ensino, a que se juntam ameaças de retirada a Harvard de um estatuto que permite à instituição ter acesso a isenções fiscais e de matricular estudantes estrangeiros. Outra das exigências do Governo norte-americano passa pela instituição fornecer informação sobre os seus laços no estrangeiro, financiamento, e estudantes.
Na passada quinta-feira o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos já tinha alertado que a Universidade de Harvard poderia perder a sua capacidade de matricular estudantes estrangeiros se não cumprisse com os critérios estabelecidos pela administração de Donald Trump relativamente à partilha de informação sobre vistos, avançou a agência noticiosa Reuters.
A responsável pelo departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kristi Noem, numa carta que entregou a Harvard pedia os registos, até 30 de abril, do que dizia ser “as atividades ilegais e violentas” de estudantes estrangeiros, que se encontravam na universidade norte-americana, e que eram portadores de vistos.
A Reuters salienta que uma porta-voz de Harvard referiu que a universidade estava consciente da carta enviada por Kristi Noem “relativamente ao cancelamento de financiamento e ao escrutínio de vistos de estudantes estrangeiros”, e que a universidade mantinha o que disse no comunicado, desta semana, de que “não vai abdicar da sua independência ou abrir mão dos seus direitos constitucionais”, embora refira que vai cumprir com a lei.

Presidente critica protestos ocorridos nas Universidades

Refira-se que o presidente norte-americano tem criticado instituição de ensino superior de topo nos Estados Unidos de não terem lidado bem com os protestos pró-palestinianos que ocorreram nessas universidades no ano passado, e acusou essas mesmas instituições de ensino de terem alastrado o antissemitismo.
Para além, de Harvard as universidades de Columbia, Princeton, Cornell, Northwestern e Brown têm sido afetadas por cortes no financiamento por parte da administração norte-americana, devido a esses protestos.
RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.