As dificuldades que se colocam perante o setor do retalho de luxo foram contrariadas pelas contas apresentadas por um dos maiores players. A francesa Hermès apresentou contas do quarto trimestre e do total de 2024, tendo reportado vendas acima do que esperavam os mercados.
A finalizar um ano de 2024 que foi de enormes dificuldades para o setor do luxo (com as ações em forte queda), a empresa fugiu à regra e reportou um aumento de 14,7% ao nível das receitas anuais, que atingiram os 15,2 mil milhões de euros. Olhando unicamente ao quarto trimestre, registou-se uma subida de 17,6%.
Com uma estratégia centrada na exclusividade dos seus artigos, a capitalização de mercado da Hermès subiu de forma expressiva logo após as contas. De resto, a fabricante francesa de artigos de luxo aproximou-se da rival e líder do setor Louis Vuitton. Recorde-se que ambas estão cotadas na bolsa de Paris.
A cotação de mercado da empresa superou pela primeira vez os 300 mil milhões de euros na manhã de sexta-feira, 14 de fevereiro, e aproximou-se da líder do setor, antes de recuar e terminar o dia nos 297 mil milhões.
Em causa está outra empresa francesa, a Louis Vuitton, cuja avaliação estava em 353 mil milhões quando a sessão foi dada por encerrada nos mercados europeus.
Os números ficaram acima das expetativas que existiam, com destaque para o aumento de 9% ao nível da procura no mercado da Ásia-Pacífico, excluindo o Japão. A empresa sinaliza assim capacidade para escapar à crise vivida por muitas marcas de luxo, ainda que tenha sentido algumas dificuldades no que respeita a vendas na China
Assim sendo, a Hermès International SCA, cotada na bolsa de Paris (base nuclear do setor), subiu 0,82% e alcançou um máximo histórico, em 2.839 euros por título. O ânimo foi mais acentuado nos primeiros minutos após a abertura, quando chegaram a negociar, pela primeira vez, acima dos 2.900 euros e acabaria por se desvanecer nas horas seguintes, mas acabaria por registar o fecho mais alto da sua história, tendo avançado para uma valorização de 29% nos últimos 12 meses.
Olhando ao restante do setor, a Louis Vuitton caiu quase 12% em bolsa no mesmo período, ao passo que a Kering foi mais longe, com um decréscimo de 34,6% em 12 meses.
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