Dois projetos portugueses de hidrogénio verde receberam hoje um selo que lhes permite candidatarem-se a fundos europeus.
Estes projetos “permitem a concretização do Corredor de Energia Verde para transporte de Hidrogénio que ligará Portugal e Espanha à Europa Central”, anunciou hoje o ministério do Ambiente em comunicado.
O gasoduto com Espanha (H2Med/CelZa) e o ‘Portuguese Hydrogen Backbone’ já contam com o importante selo de Projeto de Interesse Comum, o que significa que podem receber um financiamento europeu até 75% dos custos elegíveis.
“Este selo comprova a relevância estratégia destas infraestruturas para os objetivos e metas da União Europeia, e possibilita, em sequência, que estas sejam elegíveis para se candidatarem a financiamento europeu, ao abrigo do Connecting Europe Facility – Energy (“CEF-E”)”, pode-se ler no comunicado da Rua do Século.
O projeto ‘H2Med/CelZa’ foi submetido pela REN-Gasodutos, SA, “representa um investimento de 204 milhões e terá cerca de 242 km de condutas, dos quais 162 km em Portugal. Esta infraestrutura será complementada por outros projetos, nomeadamente pela interligação H2Med/BarMar (Espanha-França) e por infraestruturas que ligarão as redes de hidrogénio francesas e alemãs. Possibilitará, assim, o surgimento de um dos principais corredores de
hidrogénio verde através do Mediterrâneo”.
O projeto foi inicialmente anunciado em outubro de 2022 em Bruxelas pelo presidente francês Emmanuel Macron, e pelos primeiros-ministros de Portugal e Espanha Pedro Sanchez e António Costa.
O objetivo do projeto H2Med é transportar 2 milhões de toneladas de hidrogénio anualmente, 10% do consumo europeu. Entre Portugal e Espanha, a capacidade de transporte deverá atingir 750 mil toneladas de hidrogénio por ano.
Já o projeto ‘Portuguese Hydrogen Backbone’, também foi submetido pela REN-Gasodutos, e “consiste na construção e adaptação da rede de gás
em Portugal e representa um investimento de cerca de 210 milhões de euros. Este projeto cria importantes condições para a produção e integração de hidrogénio verde, tanto na região centro do interior de Portugal como na região da Figueira da Foz, possibilitando a criação de novas cadeias de valor em Portugal e a ligação ao Corredor de Energia Verde europeu. O projeto atua, assim, como facilitador do H2Med/CelZa, e representa a primeira fase na
criação de uma infraestrutura nacional de H2 mais ampla”.
Este projeto a nova infraestrutura de transporte de hidrogénio Figueira da Foz–Cantanhede com cerca de 50 km, e três gasodutos de hidrogénio adaptados: Cantanhede-Mangualde (68 km de tronco principal mais 8 km de linha secundária); Mangualde-Celorico da Beira (48 km de
tronco principal); e Celorico da Beira-Monforte (213 km de tronco principal mais 4 km de linha secundária), explica o MAAC em comunicado.
Ao mesmo tempo, projetos na áreas das interligações elétricas também receberam o selo de PIC, como as ligações entre Portugal e Espanha (3.ª interligação do Minho) e entre Espanha e França (Golfo da Biscaia), “infraestruturas críticas para reforçar a integração dos sistemas elétricos da
Península Ibérica e do centro da Europa”.
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