Dos 42 contratos de financiamento feitos através do programa de Instrumento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU), 28 foram levados a cabo pelo Banco Santander, no valor de mais de 68 milhões de euros, e 14 por intermédio do Banco Português de Investimento (BPI), com uma verba total de 118 milhões de euros.
Este instrumento é visto como “um dos maiores impulsionadores da economia local e da reabilitação urbana e veio dar um novo ‘fôlego’ a este setor, dando a oportunidade a particulares e a empresas que queiram investir e que muitas vezes não têm forma de o fazer”, afirma em declarações ao Jornal Económico, António Fontes, diretor coordenador de Fomento à Construção do Santander, olhando para o que mudou no panorama da reabilitação urbana, após o surgimento do IFRRU.
“Antes, os dados mostravam que cerca de um milhão de edifícios necessitam de reparação em Portugal e que a construção continua a ser a opção mais frequente, comparando com a reabilitação urbana”, refere António Fontes.
Uma reparação que de acordo com fonte ligada ao (BPI) se assistiu “na qualidade dos projetos apresentados, [no IFRRU] não apenas nos grandes, mas também nos de menor dimensão”.
Por sua vez, um especialista não identificado do Banco Montepio olha para a forma de atuação entre os investidores internacionais em “muitas das operações de reabilitação, com a utilização de capitais próprios”, comparando com os investidores/promotores portugueses que “utilizam uma parte de capitais próprios para a compra dos imóveis e recorrem ao crédito para a reabilitação”.
As três entidades bancárias corroboram da opinião, de que em Portugal existem condições de financiamento sustentável na reabilitação urbana. “É importante a banca dispor de capacidade para financiar os projetos numa lógica de médio e longo prazo, em especial nos projetos com maior maturidade”, refere fonte do BPI, enquanto o especialista do Montepio destaca a necessidade de “separar o investimento e a avaliação das condições para a compra do imóvel, como se encontra, da avaliação da posterior operação de reabilitação, pois se o edifício existente for para demolir com exceção das paredes exteriores, o seu valor corresponde ao terreno com o ónus de manutenção das fachadas”, metodologia que este banco aplica na hora de disponibilizar o crédito ao cliente.
O IFRRU é “uma grande oportunidade para renovar os espaços, para dinamizar e trazer mais sustentabilidade e alegria aos centros urbanos”, diz António Fontes, do Santander. Os investidores estrangeiros continuam a predominar na área da reabilitação urbana, com a França, o Brasil, a China e a ‘vizinha’ Espanha que pretendem desenvolver iniciativas em áreas como o turismo, a habitação, os serviços e os equipamentos.
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