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Impeachement: Mike Pompeo e William Barr suspeitos de entrar em contacto com líderes mundiais

O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, e o secretário de Estado Mike Pompeo terão participado em reuniões entre o presidente Donald Trump com líderes estrangeiros de pelo menos quatro países.
1 Outubro 2019, 12h13

Abriu-se uma caixa de Pandora depois da Câmara de Representantes ter avançado com o processo de ‘impeachment’ contra Donald Trump. Agora, novos relatórios vêm informar também que Mike Pompeo, ministro dos Negócios Estrangeiros, e William Barr, o procurador-geral dos Estados Unidos, estiveram envolvidos em chamadas com líderes mundiais de pelos menos quatro países estrangeiros.

De acordo com o Wall Street Journal, esta terça-feira, os contactos tinham como objetivo fabricar histórias contra Joe Biden, o possível oponente de Trump nas presidenciais de 2020, ou produzir histórias que protegessem o departamento de inteligência dos EUA caso a avaliação de 2017, sobre possível interferência de Moscovo nas eleições, fosse questionada.

O processo de impeachment lançado a semana passada pela Câmara dos Representantes foi espoletado pelo contacto do Presidente Trump com o homólogo ucraniano, mas rapidamente se percebeu que não estava em causa apenas essa aproximação com Kiev, mas que Trump poderia ter uma coleção maior de contatos em que estariam envolvidos elementos ao mais alto nível da Administração

Depois de ter sido revelada a conversa entre os dois hómologos, Barr ficou “surpreendido e zangado” por ter encontrado o seu nome mencionado nas transcrições da chamada, enquanto que Pompeo afirmou não ter conhecimento do documento que a Casa Branca tinha divulgado publicamente. No entanto, de acordo com o Wall Street Journal, que cita um membro do Departamento de Estado, Pompeo foi parte ativa durante a chamada telefónica com Zelensky. Barr terá, por seu lado, viajado para Itália e Londres para pedir ajuda na investigação à investigação do alegado conluio com a Rússia, referiu o Washington Post.

A administração de Trump contestou as acusações ao emitir uma declaração, esta segunda-feira, em que descreveu o trabalho de Barr como “habitual” para apoiar a investigação em andamento do advogado americano John Durham sobre a investigação anterior do FBI sobre adulteração de eleições na Rússia.  Face às queixas de Trump de que tinha sido injustamente acusado de aproximação a fontes russas durante a campanha para as Presidenciais de 2016, o Departamento de Justiça abriu uma investigação posterior ao trabalho do procurador especial Robert Mueller que, não acusando Trump e a sua equipa, também pouco fez para ilibar o presidente.

O que estará a causar estranheza neste caso é o grau de envolvimento do próprio Presidente para colocar em marcha uma investigação que reescreva a história de 2016 e relance a sua candidatura sem essa mácula das intervenções estrangeiras: “Numa investigação, tudo o que é necessário é um pedido de um procurador ao país estrangeiro, feito através do gabinete dos Negócios Estrangeiros, feito de acordo com os termos de um tratado de assistência jurídica mútua. Nenhum telefonema do Presidente está envolvido no processo”, explicou Harry Sandick, antigo procurador do distrito sul de Nova Iorque.

“O que puder fazer com o procurador-geral dos EUA seria ótimo”. Conheça a conversa entre Trump e Zelensky

 

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