A um dia do início da recolha de testemunhos para o processo de destituição (impeachment), Donald Trump anunciou que vai revelar a transcrição de um segundo telefonema com o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, realizada antes da chamada que desencadeou a investigação contra si.
Aos jornalistas, Trump avançou que divulgaria a transcrição esta terça-feira, descrevendo-a para os repórteres como “muito importante”. O líder da Casa Branca, que tinha já referido a mesma questão na sexta-feira, confirmou: “Realmente, tive dois telefonemas com o presidente da Ucrânia”.
Esta segunda conversa poderá ter ocorrido a 21 de abril, dia em que o líder ucraniano. A primeira, segundo o documento que foi divulgado pela Casa Branca, ocorreu a 25 de julho.
A 22 de abril a administração revelou que Donald Trump felicitou Zelenski pela sua vitória num “momento importante” da história do país e manifestou-lhe “o apoio inabalável dos Estados Unidos à soberania e integridade territorial da Ucrânia – dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”. Durante essa conversa, que aconteceu no domingo da sua eleição (21 de abril) Trump terá pedido a Zelenski para incentivar a investigação ao filho de Joe Biden, favorito para vir a ser o candidato democrata às presidenciais de 2020.
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O Partido Democrata quer investigar se Trump pressionou o presidente da Ucrânia a reabrir um inquérito criminal vinculado à família de Joe Biden em troca de restaurar a ajuda militar dos EUA ao Estado ucraniano. Contudo, a transcrição revelada pela Casa Branca não evidencia explicitamente se o pedido de Trump seria moeda de troca para restaurar a ajuda militar norte-americana ao país, que desde 2014 mantém uma tensa relação com a Rússia na região fronteiriça da Crimeia.
Ainda que a conversa tenha sido divulgada, o documento que tem o nome de “Memorando de conversa telefónica” contem a nota de que não se trata de “uma transcrição literal”. “O texto deste documento regista as anotações e notas dos oficiais de serviço da Situation Room designados para ouvir e memorizar as conversas por escrito, conforme a conversa ocorre”, lê-se.
As conversas entre presidentes dos EUA e os seus homólogos estrangeiros são geralmente confidenciais, e os memorandos que os documentam são secretos. Ainda que Trump tenha expressado dúvidas em divulgar a transcrição da conversa com Zelenskiy, por não querer abrir um precedente, a pressão crescente dos democratas e de alguns republicanos levou-o a ordenar publicação do documento.
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