A eletricidade e o gás são serviços essenciais ao quotidiano e, como tal, não há forma de escapar desta despesa que é fixa na carteira de todos os consumidores. No entanto, na fatura de energia não é apenas o seu consumo que é cobrado, havendo também uma parte dedicada a tributação. Descubra, neste artigo, quais são os impostos na conta de luz e gás que tem de pagar mensalmente.
Na sua fatura de energia vêm discriminados todos os consumos que faz, bem como as respetivas taxas e impostos. Qualquer que seja o comercializador que escolher, não é possível escapar a esta tributação.
A fatura da luz é composta por três tipos de impostos: a Contribuição Audiovisual, o Imposto Especial de Consumo de Eletricidade e a Taxa de Exploração.
Esta contribuição é cobrada mensalmente no valor de 2,85 euros (acrescendo IVA a 6%) pela Autoridade Tributária e Aduaneira, destinando-se à RTP – Rádio e Televisão de Portugal no sentido de ajudar a financiar o serviço público de televisão e radiodifusão. Porém, os Portugueses que possuem menos capacidade financeira pagam 1 euro (mais IVA a 6%).
Se o seu consumo anual de eletricidade for inferior a 400 kWh no ano civil anterior ou se for dedicado exclusivamente a atividades agrícolas, então ficará isento da CAV.
Note ainda que esta taxa é aplicada obrigatoriamente por todos os comercializadores de eletricidade, pelo que não existe forma de não a pagar.
O modelo de financiamento do serviço público de radiodifusão e de televisão encontra-se regulamentado pela Lei nº 30/2003.
Existindo desde 2012, o IEC – que é uma subcategoria do Imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos (ISP) – reverte a favor do Estado e em Portugal Continental encontra-se fixado em 0,001 euros por kWh de energia faturado.
Possuindo o valor fixo de 0,07 euros, definido pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), esta taxa é cobrada pelo uso e exploração das instalações elétricas.
Para além dos impostos na conta de luz, também o gás natural é tributado através da Taxa de Ocupação do Subsolo e do Imposto Especial de Consumo de Gás Natural Combustível.
Criado em 2013 como parte integrante do Imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos (ISP), o IECGN, no valor de 0,002412 euros por kWh, é cobrado por todos os comercializadores de gás natural e reverte a favor do Estado.
Trata-se de uma taxa municipal, sendo formada por uma componente fixa aplicada sobre o número de dias do período de faturação e por uma componente variável sobre o consumo de gás natural (kWh).
A partir de 1 de julho de 2019 passou a aplicar-se uma redução do IVA na eletricidade, de 23% para 6% em Portugal Continental, 4% e 5% nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, respetivamente, para os consumidores cuja potência de eletricidade contratada não ultrapasse 3,45 kVA e que tenham consumos de gás em baixa pressão até aos 10.000 m3 anuais.
O IVA a aplicar sobre o consumo também sofreu alterações, no seguimento da publicação da Portaria n.º 247-A/2020, sendo que para todos os contratos definitivos com potência igual ou inferior a 6,9 kVA, os primeiros 100 kWh de consumo por cada 30 dias irão estar sujeitos a uma taxa intermédia de IVA de 13%. Esta medida entrou em vigor a 1 de dezembro de 2020.
Nas tarifas simples a aplicação do IVA é linear, no entanto, em casos onde existe uma descriminação horária, a partir de novembro de 2021, a repartição será feita em função da proporção de consumo real em cada registador dos diversos pontos de entrega.
Em março de 2021, o consumo sujeito a taxa intermédia foi alargado para 150 kWh em casos de famílias numerosas.
Alguns comercializadores de energia (tais como a EDP e a Galp, por exemplo) possuem um acordo, designado por “Conta Certa”, que é celebrado com o consumidor, estabelecendo que este paga mensalmente um valor fixo pelo seu consumo de luz e gás ao longo do ano, sendo que, no último mês, se procede a um acerto de contas. Porém, note que o montante fixo a pagar é calculado com base no seu consumo médio e possui um limite que varia conforme a potência contratada.
Independentemente de não conseguir evitar pagar impostos na conta de luz e de gás, cuja cobrança é obrigatória legalmente, deve sempre ter noção de todos os custos implicados numa fatura de serviços domésticos (seja de eletricidade, água ou até de telecomunicações) para que saiba sempre para onde vai o seu dinheiro no final do mês.
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