A imprensa europeia destacou esta segunda-feira o resultado das eleições legislativas em Portugal, nomeadamente a reeleição – sem maioria absoluta no parlamento – do Partido Socialista (PS) e a queda histórica da direita tradicional. Os jornais internacionais escrevem que António Costa foi reeleito, mas terá que formar um governo minoritário caso não obtenha apoio de outros partidos.
A “BBC” recordou hoje o discurso do líder socialista, que disse estar feliz com o resultado e que os eleitores portugueses “mostraram que querem estabilidade”, garantindo que iria governar com “determinação” e “responsabilidade”. No entanto, a cadeia televisiva britânica lembra ainda o caso Tancos, que manchou a popularidade do PS nas últimas semanas: “A popularidade dos socialistas foi atingida por uma série de escândalos, incluindo acusações de nepotismo e um encobrimento suspeito de roubo de armas numa base militar”.
“Costa disse que os eleitores portugueses mostraram que desejam que o seu partido continue seu pacto com dois partidos de extrema-esquerda – o Bloco de Esquerda e os comunistas. Com ambos a pedir mais investimentos nos serviços públicos, espera-se que Costa renove i seu compromisso de seguir as regras orçamentais da zona euro”, escreve a “BBC”.
O “El Mundo” refere que os socialistas lusos ganharam com mais de 36% dos votos, conquistando uma centena de lugares na Assembleia da República, ao passo que “a direita clássica” [o Partido Social-Democrata e o CDS-PP] colapsou. “A extrema-direita conseguiu invadir a Assembleia da República: à noite, foi confirmado que Chega – o chamado “Vox português” – havia conseguido um lugar, pondo fim ao estado de Portugal como o único país do sul da Europa sem uma presença ultra no parlamento”, assinala também o jornal espanhol.
O diário francês “Le Fígaro” diz que o futuro da coligação de esquerda no parlamento português “é mais incerto” e que António Costa se vê obrigado a reencontrar apoios. “Há quatro anos, essa maioria era tão inesperada que foram os seus opositores que encontraram um nome para ela” [gerigonça], lembra o matutino gaulês. No artigo sobre as eleições em Portugal, o jornal escreve que o ex-autarca de Lisboa, de 58 anos de anos, conquistou 36,65% dos votos e terá, pelo menos, 106 dos 230 lugares no parlamento, contra os 86 em 2015: “Os socialistas estão muito à frente de seus principais oponentes no parlamento, PSD, centro-direita, que caiu para 27,9% dos votos e 77 lugares”.
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