Dívida da companhia subiu 4% no espaço de um ano para 148 milhões de euros. Companhia diz que “continua empenhada em avaliar alternativas para o seu nível de endividamento”, incluindo a venda da sua sede.
A Impresa agravou os prejuízos no primeiro semestre do ano para -5,1 milhões de euros. O EBITDA da companhia afundou 35% para 2,9 milhões de euros, com as receitas a recuarem 1% para 86 milhões de euros.
A penalizar os resultados estiveram a diminuição das receitas publicitárias e das chamadas automáticas (IVR), com a companhia a destacar o “aumento dos proveitos provenientes da venda de conteúdos, da
distribuição de canais e das assinaturas digitais”.
Já a dívida líquida subiu 4% para 148 milhões de euros desde o final de junho de 2024. Olhando para o rácio dívida/EBITDA, este era de 7,1 vezes no final do ano passado.
A companhia de media liderada por Francisco Pedro Balsemão anunciou hoje que falhou a venda da sede ao BPI Imofomento por 37 milhões de euros, tal como anunciado a 20 de junho. “A Impresa informa que, não tendo as partes chegado a acordo final quanto às condições da transação, a mesma não se irá concretizar”.
A Imprensa disse hoje que “continua empenhada em avaliar alternativas para o seu nível de endividamento, incluindo a operação de venda e subsequente arrendamento das suas instalações em Paço de Arcos”.
Esta seria a segunda vez que a Impresa iria vender a sua sede. Da primeira vez, vendeu-a ao Novobanco em 2018 por mais de 24 milhões de euros. Em 2022, voltou a comprar o edifício que iria agora vender novamente, mas sem sucesso.
Por segmento, o EBITDA da televisão afundou mais de 43% para 2,6 milhões de euros: ” o crescimento dos proveitos com a venda de conteúdos e com a subscrição de canais, reflexo de uma aposta na diversificação, compensou, em parte, a redução das receitas publicitárias”.
No publishing, que inclui o Expresso, o EBITDA também afundou 56% para 400 mil euros.
A administração da Impresa disse hoje que, “depois de um período de transformação, a primeira metade de 2025 ficou marcada pelo arranque de um novo ciclo estratégico. As principais iniciativas em curso na execução operacional do plano definido visam, sobretudo, a redefinição da base de custos, a maior rentabilidade da oferta das marcas e a contínua expansão para o digital, além da diversificação das fontes de receita”.
“Simultaneamente, o Grupo prossegue a contínua adaptação da sua estrutura financeira ao desenvolvimento estratégico a que se propõe. A implementação do plano para reduzir a base de custos no horizonte 2025–2028 teve um início promissor, tendo sido integralmente cumpridos os seus objetivos
para o primeiro semestre e estimando–se que o valor previsto para este ano seja ultrapassado”, acrescenta.
Sobre os proveitos, destaca um “período de maior instabilidade no mercado publicitário”, com as marcas Impresa a apostarem na “rentabilização dos conteúdos de maior audiência. A introdução de novos modelos que maximizam o impacto publicitário, como os intervalos de curta duração na programação da SIC, visa aumentar a eficiência e a atratividade da oferta para os anunciantes”.
O objetivo, segundo a empresa, é manter o foco na “ diversificação das fontes de receita, com destaque para as áreas de venda de conteúdos, de subscrição de canais e de assinaturas digitais, que tiveram um forte crescimento nos primeiros seis meses do ano. No segundo semestre, prevê–se também um incremento das receitas de bilhética, através da organização de eventos prestigiados, como a segunda edição do Tribeca Festival Lisboa, já anunciado para o final de outubro”.
A administração também destaca que o “semestre ficou ainda marcado pela reconquista da liderança das audiências, não apenas pela SIC generalista, que foi o canal mais visto, em dados consolidados, mas também pela totalidade do universo de canais SIC, incluindo a preferência do público do target mais relevante em termos comerciais”.