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Incêndios/Madeira: Situação dificilmente estaria controlada sem meios do exterior, diz Autarca

O presidente da Câmara de Santana defendeu hoje que é preciso retirar conclusões do combate ao incêndio na ilha da Madeira, alertando que sem os meios nacionais e europeus dificilmente a situação estaria controlada.
24 Agosto 2024, 17h50

“Sem os meios que foram disponibilizados pela República, nomeadamente a equipa especial de bombeiros, e depois a ativação do meio europeu com as aeronaves, muito dificilmente tínhamos a situação na Região Autónoma da Madeira controlada”, declarou Dinarte Fernandes (CDS-PP).

O autarca reforçou que na zona do Pico Ruivo, localizado no concelho de Santana, já vigora a “situação de fogo extinto”, explicando que a precipitação registada hoje permitiu evitar reacendimentos.

“Esta manhã foi feita uma visita por parte da equipa especial de bombeiros até ao Pico Ruivo. Essa equipa conclui que a precipitação que se fez sentir naquela zona, embora não tenha sido uma precipitação por aí além, foi o suficiente para extinguir os pontos quentes que existiam naquela zona, que era o que nos preocupava”, afirmou.

Dinarte Fernandes defendeu que os “responsáveis políticos e técnicos”, quer das áreas das florestas, quer da Proteção Civil, “têm de retirar conclusões para que situações como essas possam ser atendidas e acudidas mais rapidamente”.

“Não podemos deixar que as repercussões de um incêndio que se inícia na outra ponta da ilha sejam estas. Já todos percebemos. Andámos 20 e tal anos a dizer que o helicóptero não dava, afinal dá e funciona. Andamos outros 20 e tal a dizer que os ‘canadair’ e os meios aéreos de asa fixa não funcionariam e afinal funcionam”, referiu.

O presidente da Câmara Municipal ressalvou que existirá “sempre o risco de incêndio” na floresta, mas defendeu que é preciso “pensar no tipo de floresta que se quer” para o futuro.

“É preciso sermos mais realistas nestas questões e experimentar as soluções que o mundo nos oferece para combater incêndios e não sermos tão bairristas ao ponto de acharmos que temos aqui as soluções todas”, acrescentou.

Questionado sobre se as autoridades desvalorizaram o incêndio na fase inicial, Dinarte Fernandes rejeitou comentar, mas apelou ao parlamento para “retirar conclusões”.

“Não vou ser eu a dar resposta a isto. Acho que o parlamento tem a responsabilidade de inquirir os responsáveis políticos e não só. O parlamento tem uma palavra a dizer e é cada vez mais soberano no atual cenário político e partidário”, insistiu, aludindo ao contexto em que o PSD governa em minoria, apesar do acordo parlamentar com o CDS-PP.

O edil adiantou que não acredita que “nos próximos tempos existam condições de segurança” para reabrir os percursos da Achada do Teixeira ao Pico Ruivo, do Pico Ruivo ao Pico do Areeiro e do Pico Ruivo à Encumeada e Curral das Freiras.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou a 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Hoje de manhã, ao 11.º dia, a Proteção Civil regional indicou que o fogo está controlado e que os operacionais se mantêm no terreno em operações de rescaldo, controlando alguns pontos quentes.

Nestes dias as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.

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