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Incerteza de curto-prazo em torno do Brexit traz volatilidade à libra esterlina

Segundo um artigo de análise do banco holandês ING, nos mercados cambiais existe uma volatilidade mais acentuada na relação libra/dólar norte-americano nas próximas duas a três semanas, do que num período de tempo mais alargado.
12 Março 2019, 09h20

O Brexit tem assumido contornos ‘kafkianos’ desde que o “Sair” ganhou no referendo de 2016. Esta terça-feira, o acordo do Brexit volta ao parlamento britânico, que vai apreciar e votar as alterações que Theresa May negociou com Bruxelas, depois de ter sofrido a maior derrota da história da democracia britânica, no dia 15 de janeiro.

Embora seja cada vez mais provável que o divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) não se consuma no dia 29 de março – dois anos depois da notificação do Executivo britânico ao Conselho Europeu sobre a sua vontade em deixar o bloco regional – impera a incerteza no curto-prazo, porque existem diversos cenários em cima da mesa quanto ao futuro do Brexit.

Segundo um artigo de análise do banco holandês ING, nos mercados cambiais, tipicamente menos voláteis do que, por exemplo, os mercado de ações, existe uma volatilidade mais acentuada na relação libra/dólar norte-americano nas próximas duas a três semanas, do que num período de tempo mais alargado.

Por isso, os seguros que cobrem essa volatilidade esperada pelo mercado estão com preços mais elevados no curto-prazo.

Mas o ING, por sua vez, considera que não vão haver movimentos extremos, não esperando assim uma volatilidade porque o mercado não está assim tão curto de libras, isto é, existem libras suficientes para serem vendidas nos mercados cambiais.

As seis ‘saídas’ de um labirinto chamado Brexit

O que acontecer hoje em Westminster vai determinar o futuro do processo de saída do Reino Unido da UE que mais se assemelha a um labirinto.

Primeiro cenário – Westminster aprova acordo de saída: Se os deputados aprovarem o acordo, o Reino Unido sai da UE, embora seja possível que haja uma extensão do artigo 50 para preparar legislação sobre o divórcio.

Segundo cenário – Parlamento britânico chumba acordo de saída: Se os deputados britânicos chumbarem o acordo esta terça-feira, serão chamados a votar sobre a possibilidade de uma saída sem acordo no dia seguinte, dia 13 – é o chamado o no deal. E aqui, consoante o resultado, existem vários cenários possíveis.

Terceiro cenário –  O no deal é aprovado: Neste caso, teremos uma hard Brexit, e o Reino Unido sairá da UE sem acordo. Ainda assim, permanecerá uma questão em aberto: será que o Reino Unido saí da UE, sem acordo, no dia 29 de março?

Quarto cenário –  O no deal é chumbado no parlamento:  Nesta situação, haverá nova votação parlamentar na quinta-feira, dia 14. Desta vez, os deputados britânicos debruçar-se-ão sobre a possível extensão do artigo 50 do Tratado de Lisboa.

Quinto cenário – Westminster chumba a extensão do artigo:  O processo redunda no terceiro cenário e permanecerá uma questão em aberto:  será que o Reino Unido saí da UE, sem acordo, no dia 29 de março?

Sexto cenário – Os deputados aprovam a extensão do artigo 50: Se for este o sentido da votação parlamentar, Theresa May terá de ir a Bruxelas para mais uma ronda de negociações, desta vez pedindo a extensão do prazo para continuar as negociações para consumar a saída do Brexit. Para tal, o Conselho Europeu tem de decidir, por unanimidade, prorrogar esse prazo.

 

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