[weglot_switcher]

“Incerto, volátil e complexo”. CIP e ISEG reveem em baixa previsões para 2025

Depois da contração em cadeia da economia no primeiro trimestre, os indicadores coincidentes do Banco de Portugal, bem como o indicador de confiança dos consumidores, estão a dar sinais pouco animadores.
29 Maio 2025, 11h18

De acordo com o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ ISEG, “a contração em cadeia da economia registada no primeiro trimestre implicará uma revisão em baixa na projeção de crescimento para a totalidade de 2025. Ainda que tenha ocorrido num contexto de ajustamento da procura, desvanecido o impacto das alterações nas taxas de retenção de IRS e do pagamento de suplemento extraordinário de pensões, esta contração de 0,5% não era antecipada por nenhuma projeção pública”, refere comunicado sobre a matéria.

O Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ ISEG ainda não avança com uma atualização para a previsão para a totalidade do ano, “mas dá conta dos indicadores de atividade e de sentimento relativos a abril, que são compatíveis com uma tendência de moderação do crescimento em termos homólogos para o segundo trimestre do ano”. Em particular, os indicadores coincidentes do Banco de Portugal, bem como o indicador de confiança dos consumidores, estão a dar sinais pouco animadores.

Para Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP citado pelo comunicado, será crucial acompanhar a evolução das exportações e da produção industrial (que, em março, registou uma queda homóloga de 5,5%): “nos próximos meses, teremos já dados que nos permitirão começar a aferir a magnitude do impacto do aumento das tarifas norte-americanas”. Entretanto, “continuaremos suspensos dos resultados das negociações que estão a decorrer entre a União Europeia e os Estados Unidos da América”.

Mas o diretor-geral da CIP acrescenta que “com mais ou menos taxas aduaneiras, o ambiente geopolítico e geoeconómico manter-se-á incerto, volátil, complexo. Vamos ter de aprender a conviver com o protecionismo e a instabilidade da economia global e aceitar que as novas regras do jogo exigem do país esforços redobrados, inteligência estratégica e muito sangue-frio. Portugal tem de puxar pelas suas vantagens competitivas”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.