[weglot_switcher]

“Incitamento à insubordinação” dos polícias vai ser participado ao Ministério Público, garante ministro da Administração Interna

José Luís Carneiro alertou para a possibilidade de as medidas tomadas pelas forças de segurança estarem ligadas a “movimentos extremistas”. Perante a eventualidade de as eleições ficarem comprometidas, sublinhou que o Estado de Direito não pode ser colocado em causa.
José Luís Carneiro, Ministério da Administração Interna. Foto: Lusa
4 Fevereiro 2024, 13h47

Vão ser participados ao Ministério Público “todos os novos indícios que possam estabelecer uma relação entre o incitamento à insubordinação, à sua prática e eventual ligação a movimentos extremistas”, informou o ministro da Administração Interna.

José Luís Carneiro falava aos jornalistas na sequência de reunir com o comandante da GNR e ao diretor da PSP, este domingo, no respetivo Ministério. O próprio indicou que a PSP está a identificar os autores “dos desacatos e das agressões” que tiveram lugar em Famalicão, este sábado e vai depois fazer uma participação ao Ministério Público.

Em causa está o jogo da I Liga de futebol, que colocaria frente-a-frente as equipas de Famalicão e Sporting. A partida acabou por não se realizar e as portas do Estádio nem sequer abriram, em face da falta de policiamento. De recordar que, dos 15 polícias que estavam destacados, 13 puseram puseram baixa médica e só dois compareceram.

As forças de segurança insistem há cerca de um mês em receber um suplemento de missão equiparado ao da PJ. José Luís Carneiro reconheceu que as manifestações correspondem a um “direito legítimo”, mas sublinhou que o governo não se pode comprometer com despesas permanentes, na medida em que se trata de um governo de gestão. Nas mesmas declarações, deixou alguns reparos às ações tomadas pelos agentes.

“Aquilo que não podemos tolerar como uma sociedade democrática e um Estado de Direito é que haja atos ou incitamento a atos que coloquem em causa o Estado de Direito, a qualidade da vida democrática e os nossos deveres constitucionais”, sublinhou o responsável pela pasta da Administração Interna, numa referência à eventualidade de as eleições legislativas de 10 de março serem postas em causa pela falta de polícias.

Este domingo, cerca de 300 polícias reuniram-se na Praça de Comércio, em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, durante toda a manhã, numa demonstração de apoio às chefias da PSP e GNR. Ambos foram chamados de urgência por José Luís Carneiro, este domingo.

De referir que o jogo entre Famalicão e Sporting, da 20ª jornada da Liga de futebol, que estava marcado para este sábado, acabaria por ser adiado. Em causa estiveram as baixas médicas postas por 13 polícias, de tal forma que só dois apareceram ao serviço. Já este domingo, o jogo entre Leixões SC e CD Nacional foi também adiado por falta de polícia.

 

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.