Aviões militares paquistaneses e indianos foram derrubados esta quarta-feira pelas tropas contrárias, elevando a tensão entre as duas potências nucleares que nunca conseguiram criar uma vizinhança estável e duradoura desde que, em 1947, o Paquistão moderno obteve a independência.
O conflito entre os dois países aumentou na passada terça-feira, quando a Índia fez a sua primeira incursão aérea no território paquistanês desde a guerra de 1971, com a explicação de que estaria a perseguir o grupo terrorista responsável pelo massacre em 14 de fevereiro – quando a Jaish-e-Mohammad matou 44 soldados indianos em Caxemira.
O porta-voz do exército paquistanês, citado por vários jornais, confirmou o abate de dois aviões de combate indianos. O general Asif Ghafoor disse que a Força Aérea do Paquistão abateu dois aviões indianos dentro do espaço aéreo paquistanês. Segundo Ghafoor, um dos dois aviões foi abatido na parte de Caxemira administrada pela Índia, enquanto o segundo caiu em território paquistanês, onde o piloto foi preso. O Paquistão “não quer ir para a guerra” com a Índia, disse Ghafoor: “não queremos uma escalada.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia admitiu a ofensiva do Paquistão “com o objetivo de atingir instalações militares no lado indiano” da Caxemira, embora tenha rejeitado parte da versão paquistanesa. “Devido ao nosso estado de alerta e rapidez, as tentativas do Paquistão foram frustradas com sucesso”, disse o porta-voz do governo, Raveesh Kumar.
“A Força Aérea da Índia abateu um avião de guerra no Paquistão”, disse ainda o porta-voz, que também confirmou a perda de um Mig-21 indiano – e não de dois, como alega o lado paquistanês.
Dada a escalada dos confrontos aéreos entre os dois países, os aeroportos indianos em torno de Caxemira foram fechados ao tráfego, incluindo os de Srinagar, Jammu, Chandigarh, Amritsar e Leh. O Paquistão também suspendeu todos os voos civis em algumas de suas cidades, incluindo Lahore e Islamabad. Na Índia, as medidas de segurança aumentaram em face de possíveis respostas terroristas em cidades como Bombaim, a capital financeira do país.
A crise militar entre as duas potências nucleares do sul da Ásia levou ontem a comunidade internacional a pronunciar-se. O secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo anunciou ter conversado com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países para “evitar mais atividades militares”. Da mesma forma, a China e a União Europeia pediram contenção e moderação dos dois países.
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