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Índice PMI da zona euro dispara para máximos de 39 meses

O otimismo dos negócios sobre o próximo ano continua a quebrar novos máximos, mas os indicadores de preço aumentaram ainda mais – atingindo os máximos históricos na manufatura – conforme a procura continua a superar fornecedores de bens e serviços de qualidade.
21 Maio 2021, 10h50

O índice de gestores de compras (PMI – sigla em inglês) da zona euro subiu para 56,9 pontos em março, face aos 53,8 do mês anterior. A atividade de negócios da zona do euro cresceu a uma taxa acentuadamente mais rápida em maio, à medida que as economias começam a levantar as restrições e medidas de confinamento. Alemanha e França acompanharam a subida, para 56,2 (máximo de dois meses) e 57,0 (máximo de 10 meses) respetivamente.

O otimismo dos negócios sobre o próximo ano continua a quebrar novos máximos, mas os indicadores de preço aumentaram ainda mais – atingindo os máximos históricos na manufatura – conforme a procura continua a superar fornecedores de bens e serviços de qualidade. Na zona euro o PMI relativo aos serviços subiu para 55,1 face aos 50,5 em abril, atingindo máximos de 35 meses.  Com base em 85% das respostas finais, os números registados no último relatório são os mais altos desde fevereiro de 2018 e indicam o terceiro mês consecutivo de crescimento da produção.

“A procura por bens e serviços está a crescer ao ritmo mais acentuado em 15 anos em toda a zona do euro, à medida que a região continua a reabrir devido a restrições relacionadas com a Covid-19. As medidas de contenção do vírus foram diminuídas em maio até ao ponto mais baixo desde outubro, facilitando uma melhoria especialmente acentuada na atividade empresarial do sector de serviços, que foi acompanhada por mais uma expansão quase recorde da produção”, comenta Chris Williamson, chief business economist da IHS Markit

Na Alemanha, a economia do sector privado teve uma ligeira retoma do crescimento em maio, refletindo um melhor desempenho em serviços, como mostram os últimos dados do PMI. O relatório aponta para uma nova perda de ímpeto no sector de manufatura, uma vez que atrasos recorde no fornecimento causaram interrupções na produção num número crescente de negócios. Os severos problemas na cadeia de abastecimento, entretanto, contribuíram para uma intensificação da pressão inflacionária, com os custos das empresas e os preços de produtos a subirem ao ritmo mais rápido em maio.

Em França, à semelhança da Alemanha, Os dados PMIde maio para o sector privado francês revelaram um aumento no ímpeto de crescimento. A produção aumentou pelo segundo mês consecutivo, a uma taxa acentuada quase igual à registada durante a recuperação de julho de 2020 após o fim do primeiro confinamento. Além disso, o volume de novos negócios cresceu pela taxa mais rápida desde janeiro de 2018, resultando no maior crescimento de pedidos em atraso em mais de três anos. Isso refletiu, em parte, as dificuldades de contratação de novos funcionários, com o emprego a crescer à taxa mais lenta em quatro meses.

Ainda assim, Williamson sublinha que “o crescimento teria sido ainda mais forte se não fossem os atrasos recordes na cadeia de abastecimento e as dificuldades em reiniciar os negócios com rapidez suficiente para atender à procura, especialmente em termos de contratação. A queda da produção de negócios em relação à procura está a ocorrer no ponto mais alto dos 23 anos de história do relatório”.

“Esse desequilíbrio entre oferta e procura pressionou ainda mais os preços. Por quanto tempo essas pressões inflacionárias persistirão dependerá da rapidez com que a oferta volte ao nível da procura, mas por enquanto o desequilíbrio agrava-se, resultando nas maiores pressões de preços de bens já registadas pelo relatório e no aumento dos preços dos serviços”, afirma Williamson.

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