A transformação digital e energética não acontece contra a indústria, mas a partir dela. Este é o ponto de partida da conferência “Efeito+”, promovida pela AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, no próximo dia 4 de junho, a partir das 14h00, no Palácio do Freixo, no Porto. Com uma abordagem centrada nas soluções e no protagonismo do tecido industrial, a iniciativa pretende evidenciar como o setor METAL PORTUGAL está já a contribuir ativamente para a descarbonização, a digitalização e a transição tecnológica do país — com casos reais, estratégias estruturadas e uma visão clara de futuro.
Organizado num momento crítico para a economia europeia, o evento assume-se como espaço de afirmação da indústria enquanto motor de mudança. Não se trata apenas de reagir a pressões regulatórias ou de alinhar com metas ambientais, mas de posicionar as empresas industriais como plataformas de inovação, onde a tecnologia, a eficiência e a cooperação geram impacto económico, social e ambiental de forma integrada.
A sessão de abertura, com Vítor Neves, presidente da Direção da AIMMAP, servirá para reforçar esta mensagem e sublinhar o papel da indústria na execução da dupla transição ecológica e digital. Esta intervenção dará o mote para uma tarde de debate, conhecimento e partilha de boas práticas, onde se procurará demonstrar que as soluções para um crescimento mais sustentável, resiliente e competitivo estão já a ser desenvolvidas e implementadas no seio da indústria nacional.
Roteiro com visão e estratégia
O evento vai ainda ser palco para a apresentação, por Carla Gonçalves, da AIMMAP, do “Roteiro de Descarbonização do METAL PORTUGAL”. Este documento, concebido pela associação, não se limita a cumprir metas ambientais, propõe um caminho estratégico e tecnicamente sustentado para reforçar a competitividade industrial através da eficiência energética, da incorporação de tecnologias limpas e da capacitação de recursos humanos. O roteiro apresenta medidas concretas, identifica áreas prioritárias de investimento e destaca a importância da colaboração interempresarial para acelerar a inovação e a redução de emissões.
Ao assumir a descarbonização como uma oportunidade e não apenas uma obrigação, o setor demonstra que pode transformar restrições em vantagens competitivas, alavancando novos mercados, reduzindo custos operacionais e criando valor acrescentado. É também uma resposta direta às expectativas dos clientes, parceiros internacionais e reguladores, cada vez mais atentos aos critérios ESG (ambientais, sociais e de governação) na cadeia de valor.
Casos reais e inovação em curso
Este compromisso é ilustrado de forma prática com a intervenção de Carlos Teixeira, CEO da CHETO Corporation, que partilhará um caso real de descarbonização aplicada à realidade de uma empresa portuguesa com presença internacional. Através de medidas de eficiência energética, inovação em processos e uma abordagem sistemática à sustentabilidade, a CHETO pretende demonstrar como é possível articular objetivos ambientais com ganhos de produtividade e diferenciação tecnológica.
Estes exemplos concretos reforçam a mensagem de que a mudança não está no futuro: já está a acontecer.
Um dos pontos altos da conferência será o debate “O crescimento da economia: como fazer os incentivos multiplicarem a economia”, com a presença de António Pedro Antunes, CEO da Metalogalva, Alexandra Vieira, presidente do Compete 2030, e Luísa Anacoreta, professora na Universidade Católica Portuguesa e administradora não executiva do Banco de Fomento. A conversa abordará o papel dos incentivos financeiros, nacionais e comunitários, como alavancas de transformação estrutural do setor industrial.
Mais do que captar fundos, importa assegurar que esses incentivos chegam às empresas certas, para projetos transformadores e com impacto mensurável. Neste contexto, a indústria é vista como o canal privilegiado para materializar a política pública e gerar resultados tangíveis em inovação, exportações e emprego qualificado. A pluralidade de perspetivas representadas no debate garantirá uma abordagem crítica, fundamentada e orientada para soluções.
Tecnologia, dados e inteligência artificial ao serviço da mudança
Após o coffee-break, a conferência regressa com uma intervenção de Adolfo Mesquita Nunes, centrada na interseção entre inteligência artificial, transição digital e energética. A sua apresentação mostrará como as tecnologias emergentes estão a criar novas formas de produzir, planear e gerir, com impacto direto na eficiência, na sustentabilidade e na capacidade de resposta das empresas industriais.
A inteligência artificial, em particular, está a tornar-se uma ferramenta essencial na gestão de recursos, manutenção preditiva, otimização de consumos e integração de energia renovável. Ao mesmo tempo, permite antecipar tendências, melhorar a qualidade dos produtos e acelerar o desenvolvimento de soluções customizadas para mercados cada vez mais exigentes. Estas capacidades posicionam a indústria como espaço de experimentação e liderança tecnológica, capaz de conciliar pragmatismo industrial com inovação de ponta.
Mais do que refletir, a conferência propõe ação. Com um programa robusto, intervenientes de excelência e uma visão clara de futuro, o “Efeito+” será um ponto de encontro para quem acredita que a indústria é, e continuará a ser, o pilar do progresso económico, tecnológico e ambiental do país.
Este conteúdo foi produzido em parceria com a AIMMAP.
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