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Indústrias conserveiras ibéricas unem esforços para defender setor a nível europeu

A ANICP e a Anfaco-CEcopesca defendem que os acordos de comércio livre bilateriais da Europa com países terceiros, devem ter em consideração, não apenas a especificidade da indústria e a sua importância para as comunidades locais, como a concorrência desleal feita alguns destes países.
19 Setembro 2020, 19h06

A ANICP – Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe e a congénere espanhola Anfaco-Cecopesca – Asociación Nacional de Fabricantes de Conservas de Pescados realizaram ontem, dia 18 de setembro, uma reunião bilateral para fomentar e intensificar a competitividade dos setores da indústria ibérica de conservas de peixe ao nível comunitário.

Estas duas associações “defendem que os acordos de comércio livre bilaterais da Europa com países terceiros, devem ter em consideração, não apenas a especificidade da indústria e a sua importância para as comunidades locais, como a concorrência desleal feita alguns destes países”.

Segundo um comunicado da ANICP, esta associação e a sua congénere espanhola apresentaram as conclusões da reunião bilateral Portugal-Espanha, “organizada com o objetivo de encontrar as plataformas de entendimento necessárias ao fomento e intensificação da competitividade dos setores da indústria de conservas de peixe de ambos os países no contexto europeu e mundial”.

José Maria Freitas, presidente da ANICP, afirmou existir “um conjunto de temas transversais à indústria dos dois países que se entrecruzam com as políticas europeias e que, por isso, exigem o empenho de todos para evitar constrangimentos ao desenvolvimento dos nossos mercados”.

O presidente da ANICP explicitou em concreto que “o abastecimento da matéria-prima em condições competitivas, especialmente no que respeita aos lombos de atum e à sardinha; a importância das ajudas comunitárias do próximo quadro 21-27, para podermos dar continuidade ao trabalho que tem sido feito para promover a inovação e competitividade da indústria ibérica, e contribuir de uma forma relevante para a boa execução da política comunitária das pescas e, finalmente, o reforço do controlo do cumprimento dos acordos bilaterais da Europa com países terceiros, em particular no que aos dos produtos do mar diz respeito, assegurando que todos quantos operam no mercado europeu cumprem os mesmos”.

Por seu turno, Juan Vieites, secretário geral da Anfaco-Cecopesca, salientou que “a indústria conserveira tem um papel muito importante para ambos os países ao nível económico e social, quer pelas exportações, quer pelo emprego que gera, e que representa uma das principais fontes de subsistência para algumas comunidades ribeirinhas”.

“É precisamente por isso fundamental unirmos esforços para defender os interesses da indústria junto da União Europeia, nomeadamente, no que diz respeito aos acordos de comércio livre, que devem ter em consideração, não apenas a especificidade da nossa indústria e a sua importância para as comunidades locais, mas também a concorrência desleal feita por países terceiros”, defendeu aquele responsável.

Juan Vieites sublinhou que “esta reunião bilateral serviu também para analisar as dinâmicas de sustentabilidade e de recuperação da lógica de fileira e de valorização e diversificação dos produtos do mar para a produção de conservas, enquanto aspetos fundamentais para o desenvolvimento coletivo, aspeto que nem sempre é observado noutras geografias do mundo”.

Este encontro da ANICP com a congénere espanhola contou com a presença do eurodeputado Manuel Pizarro, a quem o presidente da associação nacional da indústria conserveira aproveitou para efetuar um pedido, nomeadamente “a defesa dos interesses da indústria ibérica no âmbito das suas funções no Parlamento Europeu”.

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