A inflação é apontada como a principal preocupação das pessoas que vivem em Portugal, segundo dados relativos ao ano de 2023 que constam no relatório Portugal, Balanço Social 2023, que foi divulgado esta quarta-feira. Depois da inflação, a saúde e a situação económica surgem entre as principais preocupações.
O relatório, da autoria de Susana Peralta, Bruno P. Carvalho e Miguel Fonseca, que fazem parte do Nova SBE Economics for Policy Knowledge Center, lançado em parceria com a Fundação la Caixa, dedica um capítulo às perceções e expectativas das pessoas que residem em Portugal. É nesse capítulo que são apresentados os dados sobre os problemas mais relevantes no país, que refletem a situação macroeconómica vivida durante 2023.
No topo das preocupações aparece a inflação. Esta é de resto uma preocupação que preocupa de formas semelhantes as pessoas com dificuldades financeiras e as pessoas que não têm dificuldades financeiras. Os dados do relatório mostram que 58,7% das pessoas que quase nunca têm dificuldades em pagar as contas estão preocupadas com o problema da inflação, uma percentagem que compara com os 49,5% de pessoas que na maior parte das vezes têm dificuldade em pagar as contas.
No caso da saúde, cerca de 41% das pessoas com dificuldades económicas enfatizam a sua preocupação, e 30,5% das pessoas sem dificuldades também demonstram a preocupação com a saúde. No que diz respeito à situação económica existe uma maior preocupação (38,9%) entre as pessoas sem dificuldades, seguida de perto pelas preocupações das pessoas com dificuldades (27,3%).
Depois, verifica-se uma maior diversidade nas preocupações das pessoas conforme a sua situação financeira. A dívida pública, a situação internacional, a habitação e a educação são prioridades apontadas mais frequentemente por quem não tem dificuldades do que por quem tem dificuldades. Os impostos, a situação económica e a saúde são indicados como problemas importantes mais frequentemente por quem tem dificuldades.
A maior discrepância verifica-se na questão da educação. A prevalência de pessoas que a consideram como um problema importante é três vezes maior entre as pessoas que não têm dificuldades em pagar as contas (19,5%), comparativamente às pessoas que têm dificuldades em pagar as contas (6,5%).
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