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Inflação nacional de maio confirmada em 4,0% à boleia do IVA zero (com áudio)

A isenção de IVA, por um lado, e os efeitos base decorrentes da comparação com valores já bastante elevados do ano passado levaram a esta redução da inflação, em linha com a estimativa rápida divulgada no início do mês.
José Coelho/Lusa
14 Junho 2023, 12h08

Confirmado: a inflação homóloga em Portugal recuou para 4,0% em maio, uma queda de 1,7 pontos percentuais (p.p.) que coloca o indicador em mínimos de ano e meio. Os dados divulgados esta quarta-feira confirmam a estimativa inicial do INE, que aponta efeitos base e o IVA zero como principais motores desta evolução.

Em cadeia, o índice de preços no consumidor (IPC) caiu 0,7%, voltando a sinalizar um recuo nos preços depois de três meses seguidos de variações positivas.

O resultado confirmado esta quarta-feira marca o sétimo mês consecutivo de desacelerações na inflação nominal portuguesa, que se mantém, ainda assim, bastante acima do objetivo de 2%.

Por outro lado, também o indicador subjacente, que descarta as categorias mais voláteis da energia e alimentação, recuou em termos homólogos, mas mantém-se mais elevado do que o nominal. O subíndice recuou para 5,4% depois dos 6,6% de abril.

A energia continua a trajetória de queda, caindo 15,5% em termos homólogos, ou seja, ainda mais do que os 12,7% do mês anterior; já os bens alimentares não-transformados desaceleraram para 8,9%, uma redução clara em relação aos 14,1% de abril.

Importa denotar, no entanto, que estas comparações homólogas beneficiam bastante de efeitos base, ao corresponderem a valores já muito elevados em igual período do ano passado. Isso mesmo é reconhecido pela nota do INE, que aponta este como um dos fatores principais na redução do indicador nominal.

Por outro lado, a isenção de IVA num cabaz de bens essenciais “também contribuiu para a desaceleração registada em maio, estimando-se um impacto sobre a variação do IPC total de cerca de 0,8 p.p.”, lê-se na comunicação.

O indicador de referência para as instituições europeias, o índice harmonizado de preços no consumidor, mantém-se mais elevado do que o IPC, apesar de também ter registado uma desaceleração significativa: um recuo de 1,5 p.p. em relação ao mês anterior leva a uma variação homologa de 5,4%, ou seja, menos 0,7 p.p. do que a média da moeda única.

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