Inflação nos EUA e tarifas às importações pressionam euro face ao dólar

As tarifas às importações impostas pela administração liderada por Donald Trump continuam a mexer com os mercados à escala global.

De acordo com uma análise da corretora XTB, o câmbio não é exceção, de tal modo que o euro voltou a desvalorizar face ao dólar, na quinta-feira. Em causa estão as tarifas de 25% anunciadas pelo presidente norte-americano sobre os produtos que chegam dos Estados-membros da UE.

Além das tarifas citadas, Trump garantiu ainda que vai colocar outras de igual peso sobre as importações norte-americanas do Canadá e do México. Recorde-se que já no passado o chefe de Estado dos EUA havia feito o mesmo anúncio, que acabaria adiado por um mês, já que aqueles dois países fizeram determinadas cedências.

Adicionalmente, Trump anunciou ainda que as tarifas sobre as importações que chegam da China vão ser alvo de um tarifa de 20% (em vez dos 10% inicialmente referidos pelo próprio).

Neste contexto, de acordo com a análise, as tarifas constituem o principal fator imediato para a queda mais recente do euro face ao dólar norte-americano. No entanto, não é o único.

Índice PCE pressiona e nova subida dos juros é hipótese

Alguns membros da Fed vieram a público na quinta-feira reconhecer que aquele organismo pode voltar a subir as taxas de juro referência. Na base estão as próprias tarifas que, de acordo com a maioria dos economistas, devem resultar num acréscimo das pressões inflacionistas.

Foi o que fez Patrick Harker, que reconheceu que as maiores expetativas de inflação levam o banco central a reavaliar a abordagem à política monetária. Recorde-se que, em dezembro, a Fed cortou as taxas de juro em 25 pontos base para 4,5%, antes de optar por mantê-las em janeiro. A próxima reunião está marcada para 19 de março e, até lá, vão surgir importantes dados macroeconómicos nos EUA.

Já esta sexta-feira, vai ser conhecido o índice PCE nos EUA referente a janeiro, que é o índice favorito da Fed para medir a inflação.