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Inokem. Startup dos desinfetantes vai tornar-se 100% verde

A biotecnológica cofundada por Pedro Martins vai aumentar o investimento em soluções de combate aos vírus para mais de 45 mil euros este ano. “Temos planos para a criação de um laboratório especializado em desenvolvimento de soluções exclusivamente biológicas e direcionadas para as empresas e consumidor doméstico”, disse o empreendedor ao Jornal Económico.
3 Março 2021, 07h50

Os vírus têm moldado o negócio da portuguesa Inokem, que se dedica à desinfeção, limpeza e higienização há 14 anos. Depois do H1N1 (gripe suína), a chegada do coronavírus e das novas estirpes abriu uma janela de oportunidades para biotecnológica, que se viu obrigada a expandir o portefólio, reforçar a composição dos produtos e a lançar-se nas vendas online.

A empresa cofundada por Pedro Martins e mais quatro empreendedores – que se continua a intitular startup – pretende agora tornar-se totalmente ‘verde’ e fazer nascer um laboratório especializado em soluções 100% biológicas.

Em entrevista ao Jornal Económico, Pedro Martins, cofundador, sócio e CEO da Inokem, fala no pontapé de saída neste mercado, como a gama de desinfetantes aumentou para 23% da faturação da empresa no ano passado e lança um alerta às entidades públicas: “A lavagem e desinfeção de ruas, paragens de transportes públicos, parques infantis e zonas de maior aglomeração devem ser prioritárias na gestão urbana por parte do Estado”.

A ideia desta empresa partiu do seu pai, Santos Martins. O que tinham em mente em 2007?

O que pretendíamos era dar uma lufada de ar fresco à indústria química, no que diz respeito a empresas profundamente ligadas à comercialização de soluções para a indústria, pois foi esse o core business no arranque do projeto. Nessa época, a maioria das empresas apresentavam modelos de venda muito padronizados, tradicionais e pouco inovadores, com soluções muito básicas e sem grande pendor ambiental.

Como é que deram essa lufada de ar fresco? De que forma é que inovam na indústria química?

Acima de tudo com soluções com menor impacto ambiental, altamente concentradas, com uma assistência pós-venda de excelência e com melhores ferramentas comerciais para os nossos parceiros e todos aqueles que representavam a nossa marca e os nossos produtos.

A bioquímica é uma das áreas nas quais os empreendedores demoram mais a lançar a sua empresa. No vosso caso também?

Estas áreas sempre foram muito tradicionais, ainda hoje há muitas empresas que se percebe que pararam no tempo, e os métodos e modelos que utilizavam há 20 anos são os mesmos que tentam que funcionem hoje. O meu próprio pai, apesar de ser uma pessoa inovadora no seu tempo, ainda conservava alguns padrões de outros tempos, pois foram esses os modelos que tiveram muito sucesso nos anos 90 e inícios de anos 2000.

E há exatamente um ano foi o vírus da Covid-19 a refrescar o vosso negócio e potenciar a criação de produtos… O que desenvolveram?

O que o SARS-CoV-2 veio trazer foi o mesmo que o H1N1 em 2009: a necessidade de desenvolver soluções adaptadas, que permitissem manter as rotinas das pessoas e a vida como a conhecíamos, com o menor risco possível. O nosso foco não é apenas eliminar o vírus per se, mas também diminuir o impacto que pode ter nos negócios dos nossos clientes e foi por isso que lançámos soluções como o “Vircov Tex” [para máscaras laváveis, roupas e sapatos] “Vircov Pro”, “Air Fresh” [para o ar das divisões fechadas] e “Vircov Market” [para papel e cartão].

O Estado, através das suas freguesias e municípios mostraram, no ano passado, uma adesão massiva que se revelou de extrema importância para a contenção da propagação na primeira vaga da Covid-19

Investiram inicialmente na ordem dos 30 mil euros. Qual o orçamento para este ano?

Temos vindo a investir em I&D todos os anos. No ano passado ficou perto dos 45 mil euros e este ano pretendemos investir ainda mais. Temos planos para a criação de um laboratório especializado em desenvolvimento de soluções exclusivamente biológicas e direcionadas para as empresas e consumidor doméstico. O nosso foco para os próximos anos é tornarmo-nos uma empresa exclusivamente e 100% verde.

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