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Interesse francês quer ganhar asas

Depois de um período de menor dinamismo, os franceses prometem voltar em força e já identificaram os setores que preferem. Mas a TAP pode ser a piece de resistence que falta.
20 Junho 2025, 07h36

Depois de uma fase em que o investimento direto francês em Portugal ‘perdeu gás’ – e que coincidiu com um período de forte embate político em França, que começou quando o presidente Emmanuel Macron decidiu convocar eleições na sequência dos ‘seus’ maus resultados nas eleições europeias de junho do ano passado – a expectativa é que regressem.

Neste contexto, destacam-se a subcontratação mecânica para a indústria automóvel e aeronáutica, o setor dos serviços, com a criação de centros de serviços partilhados e de backoffice que gerem operações globais a partir de Portugal e o turismo. A que se acrescentam o reforço de posições no setor das energias renováveis e o setor da inovação e do digital, segundo disse recentemente Fabrice Lachize, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (CCILF) em entrevista divulgada no site da AICEP.

O setor da distribuição é outro que historicamente tem atraído os investimentos franceses: Auchan, Leroy Merlin, Decathlon, Intermarché, Leclerc, Conforama, La Redoute, e Fnac são algumas das empresas que fazem parte da ‘esquadra’ francesa.

Outro grande investimento é o da multinacional gaulesa Somfy, que vai abrir uma nova fábrica em Felgueiras e criar 800 postos de trabalho até 2025. A empresa de tecnologia domótica para habitações, tinha em vista um investimento inicial de 30 milhões de euros, que poderá chegar aos 70 milhões até 2030.

A gigante da aeronáutica Airbus é outra multinacional ao olhar para Portugal: a partir de Santo Tirso, espera juntar na sua unidade entre 550 e 600 trabalhadores. Ainda no que tem a ver com a aeronáurica, vale a pena recordar o que disse Macron em março passado: o presidente francês revelou o desejo de que a Air France e a TAP possam encontrar “uma forma inovadora de casamento”. O grupo Air France-KLM é um dos que já mostraram publicamente o seu interesse na compra de uma participação na TAP e o presidente executivo, Ben Smith, era um dos membros da comitiva que acompanhou Macron na visita de Estado que realizou a Portugal. O Estado francês é o maior acionista do grupo (28%). Numa declaração na altura enviada à imprensa, o presidente executivo afirma que a Air France-KLM “está pronta para apresentar o seu projeto no âmbito do processo de privatização da TAP, que estamos a acompanhar há bastante tempo”. Ben Smith afirmou que o grupo tem grandes ambições em Portugal. “Queremos reforçar a conectividade de todo o país, não só em Lisboa, e investir de forma sustentável na economia local”. E “manter” o famoso hub, “altamente valioso”.

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