O caso Influencer não vai colocar “em causa a aposta estratégica de Portugal no hidrogénio verde”, disse hoje no Parlamento o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, que está sob a tutela direta de António Costa.
Tiago Antunes considera que esta é uma “aposta certa” e que foi a “Comissão Europeia que definiu” que esta é uma “peça-chave da Europa”.
Portugal tem “condições especiais, privilegiadas”. “Nenhum facto da última semana põe em causa a aposta estratégica do país no hidrogénio verde, na produção do hidrogénio verde, afirmou na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, destacando que o país não foi afetado pelo fecho da torneira russa de combustíveis fósseis na sequência da invasão russa da Ucrânia”.
“O caminho não fica em causa por causa dos factos da última semana”, defendeu Tiago Antunes.
As buscas de terça-feira, levadas a cabo pelo Ministério Público, levaram à constituição de nove arguidos no processo do caso Influencer, entre eles os administradores da empresa Start Campus (Afonso Salema e Rui Oliveira Neves), o ministro das Infraestruturas João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira, o autarca de Sines, Nuno Mascarenhas, e a empresa Start Campus.
Em causa estão crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva e tráfico de influência. O caso Influencer visa, até agora e principalmente, factos relativos ao licenciamento e construção do centro de dados de Sines. Mas as buscas também visaram empresas de lítio e relacionadas com o projeto de hidrogénio verde Green Flamingo do empresário holandês Marc Rechter.
O primeiro-ministro está a ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça no âmbito deste caso. No sábado, António Costa disse sentir-se “envergonhado” pelos 75 mil euros encontrados pelas autoridades no gabinete de Vítor Escária em São Bento, e disse que um primeiro-ministro “não tem amigos” e que se tinha arrependido de nomear, em tempos, Diogo Lacerda Machado como o seu “melhor amigo”.
Sobre João Galamba, António Costa disse que o tema seria debatido, a continuação ou não do ministro no Governo, na reunião de terça-feira com Marcelo Rebelo de Sousa.
Recorde-se que Portugal vai a eleições antecipadas a 10 de março depois de o primeiro-ministro ter se demitido na sequência deste caso. No entanto, o Governo vai manter-se em funções para que o Orçamento do Estado para 2024 seja aprovado.
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