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Investimento em capital de risco e ativos sob gestão das sociedades e fundos aumentou mais de 6% em 2019

O setor de capital de risco português era compostos por 52 sociedades e 135 fundos no final do ano passado. IPO não tem sido uma forma preferencial para sair das empresas, mas sim a venda a terceiros, aponta um relatório da CMVM divulgado esta segunda-feira.
16 Novembro 2020, 18h17

Os ativos sob gestão do setor de capital de risco em Portugal aumentaram 6,6% para 5,1 mil milhões de euros em 2019, enquanto o investimento também aumentou (10,5%) relativamente ao ano anterior, de acordo com um relatório da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) divulgado esta segunda-feira.

O crescimento no investimento resultou da subida do valor investido em startups na fase de seed capital (+40,2%) e early-stage (+14,4%). No entanto, o montante médio de ativos sob gestão por fundo caiu para 36 milhões de euros, o que corresponde a menos 3,5 milhões de euros comparativamente a 2018.

O setor de capital de risco português, que a 31 de dezembro de 2019 era composto por 52 sociedades e 135 fundos, realizou 1.165 transações  no ano passado – a maioria (64,8%( corresponderam a aquisições no total de 263,2 milhões de euros, enquanto as alienações atingiram 464,1 milhões de euros, traduzindo-se num desinvestimento líquido de 200,9 milhões de euros (184,4 milhões de euros em 2018).

“A relevância das empresas que pretendem reorientar a sua estratégia (turnaround) diminuiu 13,3% para 998,7 milhões de euros no final de 2019, enquanto o apoio à expansão e o capital de substituição aumentaram, respetivamente, 2,9% para 792,1 milhões de euros e 58,6% para 316,2 milhões de euros”, pode ler-se no «Relatório sobre a atividade de capital de risco (2019)».

A CMVM aponta que o IPO (oferta pública inicial) não tem sido uma forma preferencial do capital de risco para sair das empresas, mas sim a venda a terceiros, enquanto a nível europeu as entradas em bolsa representaram 11% do valor do desinvestimento em capital de risco em 2019.

Ademais, o nível agregado de atividade de private equity em Portugal tem sido geralmente baixo quando comparado com a média europeia de angariação de fundos, investimento e desinvestimento.

Em relação à captação de recursos, desde que atingiu quase 3% em 2012, a tendência tem sido de queda. Segundo o relatório, a participação de Portugal foi de apenas 0,1% dos recursos captados na Europa nos últimos cinco anos. “Os investimentos e desinvestimentos também têm sido diminutos, representando menos de 1% dos volumes europeus nos últimos cinco anos, com exceção de 2018 quando o desinvestimento foi de 1,2%”, adianta o mesmo documento.

Segundo o regulador dos mercados, este setor reforçou o investimento em participações sociais, em detrimento do investimento via prestações acessórias e suprimentos, o que se refletiu num reforço das posições acionistas.

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