O sector de venture capital estabilizou no segundo trimestre deste ano, tendo o investimento em capital de risco ascendido a 85 mil milhões de euros a nível mundial, o que representa um decréscimo de apenas 1% em relação aos mesmos três meses do ano passado, revela esta segunda-feira a consultora Bain & Company.
O relatório “Venture Capital Outlook: The Latest Trends”, elaborado pela empresa norte-americana, concluiu que o montante registado entre abril e junho foi “fortemente afetado” pelos investimentos na OpenAI, a tecnológica que ficou mundialmente conhecida pela plataforma ChatGPT, e a fintech Stripe, que totalizaram mais de 9 mil milhões e 6 mil milhões de euros, respetivamente.
Embora os Estados Unidos da América se mantenham na liderança do venture capital, por causa dos sectores da biotecnologia e da Inteligência Artificial (IA), há outros países começam a tornar-se relevantes nesta área, segundo a Bain.
“Outros países também estão a ganhar força. A Índia registou um crescimento de 62% em relação ao trimestre anterior, devido a um boom em private equity e startups financiadas por empresas. A Coreia e a Austrália também atraíram investimentos prodigiosos”, escreveram Andre Fernandes e Alice Leonard, no mesmo estudo.
Já a Europa cresceu 6% em cadeia. “A China, por outro lado, registou um declínio de 22% no financiamento de capital de risco. A injeção de liquidez do seu banco central diminuiu face à persistente lentidão económica, às tensões comerciais globais e às regulações das empresas de tecnologia e Internet”, de acordo com os especialistas.
O valor das transações em empresas em fase inicial (early-stage) e avançada aumentou durante o segundo trimestre de 2023, crescendo 8% e 42%, pela mesma ordem. Apesar da queda geral no financiamento, os negócios que envolveram capital de risco corporate representaram 21% de todo o financiamento no primeiro semestre, lê-se no documento.
“O nosso relatório reflete o impacto positivo da IA no sector de venture capital e private equity na Europa. Apesar dos desafios globais, registamos um crescimento contínuo na região, demonstrando o seu potencial para atrair investimento em tecnologia. A Europa está a provar a sua resiliência e capacidade para competir neste entusiasmante espaço de inovação”, afirma Alvaro Pires, sócio da Bain & Company.
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