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Irão admite guerra com Israel

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, advertiu este domingo que “todas as possibilidades estão abertas” no conflito com Israel, incluindo a guerra, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, um aliado de Teerão.
29 Setembro 2024, 12h54

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, advertiu este domingo que “todas as possibilidades estão abertas” no conflito com Israel, incluindo a guerra, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, um aliado de Teerão.

“Todos reconhecem o perigo de uma guerra na região. Esta situação é muito perigosa e todas as possibilidades estão abertas neste momento”, afirmou Araghchi a partir de Nova Iorque, de acordo com a agência noticiosa iraniana Fars.

O ministro iraniano disse que a morte de Nasrallah, num bombardeamento israelita na sexta-feira, “não enfraquece a resistência”.

“O sangue do mártir Hassan Nasrallah aumenta a força do Hezbollah, o seu ímpeto e o crescimento das suas forças”, afirmou, citado pela agência noticiosa espanhola Europa Press.

Disse também que as ações israelitas na região, no Líbano e em Gaza, deixaram Israel “sem futuro na região”.

“Nunca terão paz, um resultado natural deste crime que acelera o declínio da entidade sionista”, afirmou.

Araghchi acusou ainda os Estados Unidos de colaborarem na morte de Nasrallah, embora sem especificar.

O ministro iraniano assegurou que o Irão continuará “a apoiar firmemente o Líbano”.

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, apelou no sábado ao mundo muçulmano para apoiar o Hezbollah no confronto com Israel, numa mensagem sem qualquer referência a Nasrallah.

“É obrigatório para todos os muçulmanos apoiar orgulhosamente o povo libanês e o Hezbollah com os seus recursos e ajudá-lo a enfrentar o regime usurpador, cruel e maléfico [de Israel]”, afirmou Khamenei.

O Irão lidera o chamado “eixo de resistência” contra Israel, que inclui o Hezbollah, o Hamas palestiniano e os Huthis do Iémen, além de outros grupos extremistas.

Araghchi referiu-se também ao encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em Nova Iorque, a quem pediu que “seja a voz da comunidade internacional”.

Disse ter pedido a Guterres que defenda a necessidade de “pôr termo aos crimes sionistas” face à “incapacidade demonstrada pelo Conselho de Segurança da ONU para resolver os problemas”.

“Os Estados Unidos têm até agora obstruído todas as iniciativas do Conselho de Segurança”, lamentou.

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