Isaac Herzog, presidente da Agência Judaica e ex-líder do Partido Trabalhista, foi eleito esta quarta-feira como o 11º presidente de Israel. Herzog derrotou Miriam Peretz, uma ativista social. A eleição é secreta, mas confinada ao Knesset e aos seus 120 deputados. Herzog, filho do 6º presidente de Israel, Chaim Herzog, sucederá assim a Reuven Rivlin, cujo mandato terminará formalmente 9 de julho próximo.
No seu primeiro discurso após ser eleito, Herzog disse, citado pelos jornais do país, que pretendia “construir pontes” dentro da sociedade israelita e com a diáspora judaica, para encorajar o empreendedorismo, “combater o anti-semitismo e o ódio a Israel” e “salvaguardar os fundamentos da nossa democracia”.
Felicitado pelo primeiro-ministro interino Benjamin Netanyahu, Herzog disse que “espero ser capaz de trabalhar com todos os governos e todos os primeiros-ministros” – o que, a acrescentar ao facto de Herzog ser trabalhista, parece dar indicações de que o (mais ou menos) bom entendimento entre os dois lugares mais importantes do país, Netanyahu e Rivlin são ambos oriundos do partido Likud, pode ter os dias contados.
Mirian Peretz disse no seu discurso de vencida que Herzog é um presidente digno e que “o seu sucesso será o nosso sucesso”. Por outro lado, numa mensagem de parabéns a Herzog, Rivlin observou que “o título de ‘primeiro cidadão’ e a tarefa de proteger o caráter do Estado de Israel, particularmente neste momento, são responsabilidades pesadas. Não tenho dúvidas de que você os suportará soberbamente”.
Rivlin também enviou uma mensagem a Mirian Peretz: “Querida Miriam, você tem um pedaço do meu coração, de todos os nossos corações. Quero agradecer-lhe por ter trilhado este caminho. Pelo seu sacrifício. Pela forma especial que escolheu nesta campanha. Pela linguagem que nos ensinou – a linguagem do coração”.
O líder do Yesh Atid, Yair Lapid, chefe da oposição, disse que Herzog é “um homem digno e maravilhoso que está sempre focado no bem do país e do povo judeu”.
O Presidente de Israel tem funções amplamente de cerimonial, mas desempenha um papel fundamental na decisão de quem recebe o mandato para formar governo após as eleições. O presidente também tem o poder de conceder clemência, algo que não costuma sequer ser recordado, mas que neste momento assume um caráter importante, dados os problemas que Benjamin Netanyahu enfrenta na Justiça israelita. Mas, sobre essa matéria, Herzog recusou falar.
Advogado de profissão em um dos principais escritórios do país (fundado por seu pai), a história da família de Herzog é o mais próximo chega da realeza israelita: o novo Presidente é neto do primeiro rabino Ashkenazi de Israel, Isaac Herzog, que o batizou, para além de filho do ex-general das Forças Armadas e ex-presidente Chaim Herzog e o seu irmão Michael é general- -brigadeiro reformado, enquanto uma sua tia era casada com o ex-ministro das Relações Exteriores Abba Eban. Herzog está há 15 anos no Knesset, onde é conhecido pela moderação e pela contenção do discurso.
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