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ISEG mantém projeções de crescimento para o terceiro trimestre e para 2021

Os constrangimentos nas cadeias de fornecimento têm afetado o sector da indústria, mas as restantes áreas de atividade da economia portuguesa parecem ter beneficiado do desconfinamento e reabertura, destacam os especialistas do ISEG, que mantêm assim as projeções para o crescimento no país.
6 Outubro 2021, 17h25

O Grupo de Análise Económica do ISEG mantém as suas previsões de um crescimento homólogo do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre entre os 3,5% e 4% e de 4% a 5% para o ano de 2021, de acordo com a mais recente síntese de conjuntura divulgada pelo organismo esta quarta-feira, destacando a melhoria da confiança económica verificada do segundo para o terceiro trimestres na generalidade dos sectores de atividade.

A fase de desconfinamento e reabertura da economia, que coincidiu precisamente com o terceiro trimestre, impulsionou a maioria dos índices de confiança sectoriais neste período, sobretudo nos serviços. Em contraste, a indústria verificou uma diminuição deste indicador, com as dificuldades nas cadeias de fornecimento globais de componentes a afetarem as perspetivas nalgumas áreas de atividade.

O documento do ISEG considera que o crescimento verificado no terceiro trimestre se deveu a uma procura interna mais forte, ainda que condicionada por alguns constrangimentos na produção industrial, e de um possível contributo positivo da procura externa líquida causado pelo aumento da procura turística por não-residentes.

No sector terciário, o documento do ISEG destaca a subida homóloga de 56% ao nível das dormidas em alojamentos turísticos em julho e agosto, que se decompõe em mais 33% de dormidas de residentes e 103% de não-residentes, mas que ficam ainda abaixo dos valores registados em 2019. Este resultado é coerente com o registado no índice de volume de negócios nos serviços do INE em julho, que regista uma subida homóloga de 9,5% em relação a 2020, mas também uma descida de 9% quando comparado com 2019.

Já no comércio a retalho, agosto trouxe uma variação homóloga de 3,0% no índice de volume de negócios e de 2,6% considerando o conjunto de julho e agosto, ao passo que a comparação com 2019 regista uma variação quase nula. No entanto, no terceiro trimestre do ano verificou-se um abrandamento das vendas de automóveis ligeiros de passageiros, o que reflete o “estrangulamento da produção no sector automóvel”, argumentam os especialistas do ISEG.

Na construção, um dos sectores com melhores indicadores durante a crise pandémica, a confiança voltou a subir em agosto e setembro, depois de uma desaceleração dos consumos de cimento em maio. A indústria, por outro lado, registou uma queda homóloga na produção de 4,3% que parece refletir as dificuldades experienciadas ao nível das supply chains mundiais, concretiza o grupo de análise económica.

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