Israel anunciou este domingo que os agricultores palestinianos passam a estar proibidos de exportar os seus produtos, no contexto de uma guerra comercial que se intensificou após a divulgação do plano norte-americano para resolver o conflito israelo-palestiniano.
“A partir de hoje a exportação para o estrangeiro de produtos agrícolas palestinianos através da passagem de Allenby não será autorizada”, indicou num comunicado o Cogat, unidade do Ministério da Defesa israelita encarregada das atividades civis nos territórios palestinianos.
Controlada por Israel, a passagem de Allenby liga a Cisjordânia ocupada à vizinha Jordânia, país a partir do qual os produtos podem ser encaminhados para o resto do mundo. Acabar com esta opção significa impedir as exportações agrícolas palestinianas.
Esta medida israelita surge em resposta ao “boicote palestiniano dos vitelos — que prejudicou gravemente os criadores de gado israelitas”, precisa o Cogat.
Os agricultores israelitas acusam os palestinianos de terem deixado de importar vitelos há cinco meses numa rutura dos acordos económicos entre as duas partes. A medida dos palestinianos parecia ter como objetivo reduzir a sua dependência económica de Israel.
Na semana passada, alguns dias depois do anúncio a 28 de janeiro pelo presidente norte-americano, Donald Trump, do seu plano de paz para a região — rejeitado pelos palestinianos por ser considerado parcial -, o ministro da Defesa israelita, Naftali Bennett, suspendeu a importação de produtos agrícolas da Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
Em resposta, a Autoridade Palestiniana (o governo provisório na Cisjordânia) decidiu bloquear a entrada de alguns produtos de consumo israelitas no seu território. “O governo decidiu impedir a entrada de legumes, de fruta, de bebidas gaseificadas, de sumos e de água mineral provenientes de Israel”, declarou na altura à agência France-Presse o porta-voz do governo palestiniano Ibrahim Melhem.
O Cogat sublinhou hoje que a sua decisão de bloquear as exportações da Cisjordânia será suspensa “assim que a Autoridade Palestiniana deixar de prejudicar o comércio de gado e o mercado livre”.
O ministro da Agricultura palestiniano, Riad Attari, afirmou à AFP que se trata de uma decisão “muito perigosa” dos israelitas que “afetará” os agricultores palestinianos.
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