No final das eleições israelitas de 25 de março, o bloco de apoiantes do primeiro-ministro Benjamin Netanyhau agregava 52 lugares e os seus oponentes 57: nenhum deles chegava aos 50% mais um (61) e não era claro o que fariam o Yesh Atid (17 lugares) e o Ra’am (quatro, o partido que une várias formações de árabes israelitas).
Agora, segundo as últimas notícias, ambos os partidos optaram por aliar-se ao bloco anti-Netanyahu, o que em princípio faz desaparecer todas as dúvidas. Segundo a imprensa israelita, o líder do Yesh Atid, Yair Lapid, e presidente do Ra’am, Mansour Abbas, concordaram em votar contra a proposta do Likud sobre a formação de uma chamada Comissão de Arranjos (com a presença de todos os partidos que ganharam presença no parlamento, o Knesset.
A figura da Comissão é frequentemente usada no Knesset e pretende ser uma forma de rodear qualquer problema mais difícil ou de tentar encontrar consensos sobre temas controversos – mas a votação dos dois partidos que balançavam no interior de um tabu que teimavam em manter em parceria com o bloco anti-Netanyahu leva os analistas a afirmar que está encontrada uma saída para a crise.
Em troca do apoio árabe, e ainda segundo a imprensa judaica, Yair Lapid prometeu ao Ra’am um lugar na Comissão de Finanças do Knesset, um cargo de vice-presidência do Knesset e a presidência da Comissão de combate à violência na comunidade árabe, se vier a formar governo.
Depois do acordo, foi derrota a versão Likud (o partido de Netanyahu) para a Comissão de Arranjos e votada favoravelmente a versão do Yesh Atid (o segundo partido mais votado nas últimas eleições). Assim, a comissão, a primeira do atual Knesset a ser formada, passa a controla a agenda legislativa no renovado parlamento até que um novo governo seja formado. Isso inclui determinar que outras comissões parlamentares serão formadas e quem atuará em cada uma delas.
A questão vale também, ou principalmente, porque fica claro (pelo menos aparentemente) que os dias de Netanyahu como primeiro-ministro chegaram ao seu termo. “Esta votação “é mais um pequeno passo no caminho para um governo de unidade israelita”, twittou Yair Lapid.
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