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Israel com novo governo sem Netanyahu no próximo domingo

Votação do governo Bennett-Lapid que substituirá Netanyahu deverá ocorrer no próximo dia 13. Formalização está prevista para sexta-feira enquanto o ainda primeiro-ministro queima as últimas hipóteses de o bloquear.
  • Ronen Zvulun /Reuters
8 Junho 2021, 17h50

O presidente do Knesset (Parlamento) israelita, Yariv Levin  disse esta terça-feira que os acordos da coligação de oito partidos que pretendem formar governo e substituir Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro devem ser publicados até à próxima sexta-feira, com a votação na assembleia a ter lugar no domingo, 13 de junho. Se tudo correr com a coligação antevê, o novo governo terá uma maioria de 61 deputados a favor, contra 59.

Yariv Levin, do Likud (o partido de Netanyahu) disse que a votação no domingo permite encerrar a questão um dia antes do prazo acordado com o presidente Reuven Rivlin, entretanto substituído no cargo pelo trabalhista Isaac Herzog.

A aliança de oito partidos para “mudar o governo”, liderada pelo primeiro-ministro indicado Naftali Bennett e o líder do Yesh Atid, Yair Lapid (primeiro-ministro em regime de rotatividade dentro de dois anos), terá de submeter o acordo de coligação ao Knesset e tornado público até sexta-feira. O bloco pró-Netanyahu terá, portanto, 48 horas para examinar os acordos e pressionar os deputados de direita a abandonarem a sua postura de apoio.

Em um comunicado, Levin disse que um novo presidente do Knesset será escolhido durante a mesma sessão, com o Knesset, que normalmente não se reúne aos domingos, a fazer horas extraordinárias.

Levin notificou formalmente o Knesset que o líder do partido Yesh Atid, Yair Lapid, conseguiu formar um novo governo, mas não se livrou de críticas (é leal a Netanyahu) de que estava a tentar impedir a coligação de se apresentar a votos e cumprir os prazos fixados. A lei determina que o voto de confiança deve ocorrer até sete dias depois da notificação formal do Knesset – que ocorreu esta segunda-feira. A próxima segunda, 14 de junho, será por isso o último dia para a votação.

Lapid já disse que a coligação esforçar-se-á por unir uma nação fragmentada, sendo, nessa perspetiva, um governo para toda a não e não somente para metade dela. “Este governo será bom e durará porque se baseia nas coisas certas – na confiança, na decência, na boa vontade”, disse Lapid, comentando o ceticismo generalizado sobre a sobrevivência de uma coligação com uma maioria parlamentar tangencial e uma constituição heterogénea de partidos de direita, de centro, de esquerda e árabes.

Entretanto, Bennet, o próximo primeiro-ministro, apelou a Netanyahu para que “deixe o país seguir em frente, não deixe terra queimada atrás de si, queremos lembrar o bem, o grande bem que você fez durante o seu serviço como primeiro-ministro”.

Netanyahu, falando num canal televisivo disse que Bennett é “um mentiroso habitual” e que o governo emergente será “mais perigoso que os acordos de Oslo”. Mais tarde, Netanyahu deu ordens à polícia de Jerusalém para encontrar uma alternativa de percurso à Marcha de Jerusalém – uma manifestação nacionalista que os analistas consideram que, se se realizar, poderá atirar o país para uma nova onda de violência.

O movimento Hamas pediu ameaçou que se a marcha passasse pelos lugares santos do Islão a violência regressaria. As autoridades acabaram por cancelar a manifestação, mas Netanyahu, acusado de instigar a violência para se manter como primeiro-ministro, quer que o cancelamento seja levantado.

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