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Israel: presidente do Knesset demite-se a aprofunda crise sem precedentes

Em plena crise política, o presidente do Knesset, do partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, deixou o cargo sem obedecer à ordem do Supremo Tribunal forçava a convocar da sessão plenária.
  • Ronen Zvulun /Reuters
26 Março 2020, 07h23

Israel mergulha cada vez mais fundo numa crise política sem precedentes. Com os dois maiores partidos sem conseguirem entender-se para formarem um governo estável – e sem que nenhum deles deixe de colocar entraves para que o seu opositor encontre uma alternativa a essa grande coligação – o Presidente do Knesset (Parlamento), Yuli Edelstein, renunciou ao cargo.

Edelsteisn vai embora sem obedecer a uma ordem do Supremo Tribunal para convocar uma sessão plenária em que a sua própria demissão seria votada. Edelstein – um dos barões do Likud, o partido liderada por Benjamin Netanyahu – suspendeu a atividade da câmara na semana passada por causa das restrições impostas pelo governo para conter a propagação da Covid-19.

Com a renúncia, o presidente do parlamento impôs mais uma semana sem controlo parlamentar ao primeiro-ministro, que mantém o poder apesar das forças da oposição terem em seu poder uma apertada maioria de 61 dos 120 assentos no Knesset.

“A resolução do Supremo mina os fundamentos da democracia, mas não permitirei que Israel se afunde na anarquia”, disse Edelstein citado por vários jornais após a renúncia, que entrará em vigor dentro de dois dias. A não convocação do plenário implica que a votação em que devia ser substituído pelo deputado Meir Cohen, do partido Kahol Lavan (de Benjamin Gantz) só ocorrerá na próxima semana.

Gantz parece incapaz de criar um governo com base nos 61 lugares da oposição a Benjamin Netanyahu – dada a extrema diversidade de partidos que teriam que dar o seu apoio. A estratégia do líder do Kahol Lavan parece ser agora a de aprovar legislação no Parlamento que impeça que um réu possa servir como primeiro-ministro.

Recorde-se que Netanyahu foi formalmente acusado pelo Procurador-Geral de Israel de três casos de corrupção envolvendo suborno e corrupção. Com novos regulamentos nesse sentido, o líder do Likud poderia avançar para a formação de um governo de coligação ou posicionar-se de forma mais sólida para umas eventuais quartas eleições em apenas um ano – alternativa que está cada vez mais em cima da mesa.

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