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“Isto levanta um problema sério”: Chinesa DeepSeek coloca em causa domínio tecnológico dos EUA

As ações do setor tecnológico global estão a cair perante o desenvolvimento de uma ferramenta de IA pela China que ameaça os EUA. Analista António José Duarte explica ao JE o que está em causa.
27 Janeiro 2025, 10h53

As ações das tecnológicas estão a cair a nível global perante aqueles que são considerados “avanços surpreendentes” da DeepSeek, uma startup chinesa de Inteligência Artificial (IA) que lançou um modelo de linguagem artificial que apresenta um nível de output comparável às “big techs” dos EUA. No entanto, este modelo utiliza menos chips Nvidia e isso pode ter desencadeado um ambiente de pessimismo no sector.

As ações do setor tecnológico global estão a cair perante o desenvolvimento de uma ferramenta de IA pela China que ameaça os EUA.

O modelo chinês de aplicação de inteligência artificial generativa (IA) DeepSeek R-1 subiu esta madrugada ao topo da tabela de ‘downloads’ gratuitos da App Store, tanto na China como nos EUA, ultrapassando o popular ChatGPT, criando receios sobre a sustentabilidade do domínio tecnológico ocidental.

A questão que se debate entre os analistas, de acordo com o economista António José Duarte, em declarações ao JE, é que o lançamento desta ferramenta pode colocar em causa o domínio tecnológico norte-americano nesta área e o seu consequente impacto no preço das ações das empresas de tecnologia americanas. “E isto levanta um problema sério”, destaca.

“Estão as tecnológicas americanas sobreavaliadas na sua capacidade futura de gerar receitas? Com um peso superior a 34% (cerca de $16 triliões de dólares de marketcap) sobre o índice S&P500, as chamadas Mag 7 americanas quase todas fortemente dependentes dos avanços na linguagem tecnológica têm sido o motor do mercado de capitais americano (o Nasdaq valorizou 30% em 2024) e tudo isto assentou precisamente numa avaliação pelos mercados da posição de liderança inabalável das tecnológicas americanas em gerar receita futura”, realçou António José Duarte ao JE.

“Com o índice que mede a volatilidade a subir 28% no dia de hoje (estamos a algumas horas dos mercados abrirem) e os investidores a reavaliarem o prémio intrínseco na cotação das tecnológicas, poderemos testemunhar uma forte correção com impacto em outros setores com correlação positiva face às tecnológicas”, prevê o analista. E recorda: “Tudo isto num contexto de constrangimento causado pela manutenção de taxas de juro elevadas nos Estados Unidos é um roll-over de 16% da dívida pública americana durante 2025”.

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