O líder da extrema-direita da Liga italiana ainda não desisitiu de levar o país para eleições antrecipadas e o próximo passo pode ser dado no domingo, 26 de janeiro, se as eleções na região de Emilia Romagna correrem bem à formação que lidera: o feudo histórico da esquerda é um lugar decisivo para o executivo italiano e se as coisas não correrem bem ao Partido Democrata e ao Movimento 5 Estrelas (M5S), o ex-Ministro do Interior exigirá eleições antecipadas no país.
Uma vitória na região a 26 de janeiro serviria a Salvini para pressionar Roma e tentar ilegitimar o acordo alcançado entre o Partido Democrata (PD) e o M5S em setembro. “Eles têm medo, estão aterrorizados. No domingo, vocês dar-me-ão poderes para enviá-los para casa”, disse o líder da Liga referindo-se ao executivo que é presidido por Giuseppe Conte. A candidata da Liga na região é Lucia Borgonzoni.
As eleições da rica região de Emília Romanha, além do duelo decisivo entre esquerda e direita, também fizeram regressar um movimento civil que persegue Matteo Salvini onde quer que vá: o movimento das 6.000 sardinhas, fenômeno que surgiu em Bolonha há dois meses, tenta mostrar que as movimentações em torno do ex-ministro do Interior são ampliadas pelas redes sociais e por isso não só descontextualizadas, como empoladas em termos de número de apoiantes.
O figuriuno da Liga na região repete aquilo a que já habituou os italianos (e os europeus): Salvini investiu contra os acampamentos de ciganos que ali tradicionalmente se encontram, tendo dito que os quer fazer desaparecer.
Emilia Romagna é governada por uma coligação da esquerda e da democracia cristã desde a fundação da República Italiana. A região, a segunda mais rica da Itália (atrás da Lombardia), é formada por duas grandes áreas que sempre tiveram a agricultura no centro da economia.
As eleições de Emilia Romagna numa altura em que o país está mais dividido que nunca e o governo de coligação está a passar por enormes dificuldades, marcarão o futuro do executivo e as decisões políticas que democratas e M5S tomarem a partir de domingo.
Se a Liga vencer, Salvini reivindicará eleições antecipadas – como já prometeu, considerando que a sua coligação de partidos de extrema-direita possui mais da metade das regiões da Itália e que os cidadãos estão claramente decantados com a coligação que governo o país.
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