Italiano UniCredit compra 9% do Commerzbank e mercado vê início nas fusões europeias

O banco italiano UniCredit comprou 9% do seu rival alemão Commerzbank e está a estudar medidas regulamentares para aumentar ainda mais a sua participação, numa decisão que poderá abrir a porta à tão esperada consolidação bancária na Europa, após o Estado alemão ter anunciado que iria alienar a sua parte no banco.

A UniCredit adquiriu metade dessa participação ao governo alemão e comprou outros 4,5% no mercado de capitais, segundo o Financial Times. O banco italiano pagou 13,20 euros por ação, 0,60 euros ou 5% mais do que as ações custavam no fecho de terça-feira.

O banco italiano vai pedir autorização para exceder uma posição de 9,9% no capital do Commerbank, consolidando a especulação de que pretende controlar a instituição financeira alemã no que pode ser tiro de partida para o há muito falado movimento de consolidação transfronteiriço na banca europeia.

Por cá, há rumores de que o Novobanco pode ser um protagonista de um movimento de consolidação europeu, assim que o fundo Lone Star decidir vender o banco que detém a 75%.

O setor bancário está assim a liderar os ganhos nas bolsas europeias, com o Commerzbank a disparar 16% e o Unicredit também a evoluir em terreno positivo. Outros bancos europeus estão igualmente em alta devido à especulação de mais operações de consolidação, com o Deutsche Bank, SocGen e Santander a marcarem ganhos em torno de 2%. Por cá o BCP sobe 1,18% para 0,40 euros.

Segundo o Financial Times, o UniCredit adquiriu metade da participação ao Governo alemão e comprou mais 4,5% no mercado.

Na semana passada, Berlim já anunciou que planeava vender a sua participação de 16,5% no Commerzbank, uma participação que detém desde que intervencionou o banco durante a crise financeira de 2009. O governo alemão, cuja participação foi agora reduzida para 12%, comprometeu-se a fazê-lo.

A UniCredit disse na quarta-feira de manhã que “envolve-se com o Commerzbank AG para explorar oportunidades de criação de valor para todas as partes interessadas em ambos os bancos”.