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Já existe mais um “coração artificial” em Portugal

Três dias depois da primeira intervenção em Portugal, realizada no Hospital de Santa Marta, um doente com insuficiência cardíaca recebeu no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, um dispositivo de assistência circulatório interno, conhecido como “coração artificial”.
10 Março 2017, 19h56

O Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, recebeu ontem um doente com insuficiência cardíaca para receber o segundo dispositivo de assistência circulatório interno (“coração artificial”) três dias depois da primeira intervenção no país, realizada no Hospital de Santa Marta.

Miguel Abecassis, o cirurgião cardiotorácico que dirigiu a intervenção de transplante de um “coração artificial” no Hospital de Santa Cruz, referiu à agência Lusa que “a operação correu bem” e que, apesar das dificuldades de um pós-operatório numa cirurgia desta magnitude, o doente está a recuperar da cirurgia que durou cerca de três goras e meia, segundo revelam os meios de comunicação.

A equipa responsável pela cirurgia deslocou-se a Lausanne para aprender a técnica, tal como tinha acontecido com a equipa pioneira da implantação em Portugal, liderada por José Fragata.

Este tipo de dispositivo, apesar de ser designado como “artificial” não o é verdadeiramente, pois estes corações são usados de forma definitiva.

No caso concreto, tratando-se de um doente de 71 anos e com debilitações a nível de saúde, nomeadamente insuficiência renal e hepática, o coração dificilmente será substituído por um verdadeiro.

“Este é um dispositivo de assistência circulatória interno. Ao contrário dos que temos utilizado até hoje, que são dispositivos de assistência circulatória externos, estes têm a enorme vantagem de, por um lado dar mais liberdade ao doente e, por outro, não ter as complicações dos dispositivos externos”, adiantou o cirurgião.

O doente, que recebeu ontem o coração artificial “sofre de insuficiência cardíaca avançada, com vários internamentos no hospital por essa razão, o último dos quais sete dias antes da implantação, em que havia claramente um quadro de insuficiência renal e hepática em evolução”.

“Uma vez que este seria sempre um recetor marginal – se é que alguma vez seria um candidato a transplante, que não é – achámos que era um candidato a este tipo de dispositivos”, explicou ainda o cirurgião.

Miguel Abecassis avançou que já existem outros candidatos a este dispositivo.

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