O grupo japonês Marubeni pretende controlar a 100% a AGS, empresa de distribuição de águas e de tratamentos de águas residuais que opera em diversas regiões de Portugal. “Torna-se público que a Autoridade da Concorrência recebeu, a 1 de março de 2019, uma notificação prévia de uma operação de concentração de empresas”, revelava um anúncio do órgão regulador da Concorrência, ontem publicado na imprensa. O mesmo documento acrescentava que “a operação de concentração em causa consiste na passagem de controlo conjunto para exclusivo por parte da Marubeni Corporation sobre a AGS – Administração e Gestão de Sistemas de Salubridade, SA, através da aquisição dos restantes 50% do capital social desta sociedade”.
Recorde-se que a Marubeni, juntamente com INCJ – Innovation Network Corporation of Japan, outra empresa nipónica tinham adquirido a totalidade do capital da AGS, em 2014, à construtora Somague, detida pelos espanhóis da Sacyr. Na ocasião, a imprensa referiu que essa operação conjunta teria implicado um investimento global de cerca de 72 milhões de euros.
O referido anúncio da Autoridade da Concorrência (AdC) explica que a Marubeni é uma “sociedade comercial japonesa que opera em diversos setores de atividade, incluindo a produção e comercialização de produtos alimentares e têxteis, químicos, energia, metais e recursos minerais, maquinaria de transporte, tendo ainda atividades no setor financeiro e imobiliário”.
“Em Portugal, as atividades da Marubeni estão relacionadas com o setor da energia e do gás”, adianta o referido comunicado da AdC.
Por seu turno, a AGS é uma “sociedade portuguesa que exerce atividades de gestão, operação e manutenção de sistemas de abastecimento de água e tratamento de águas residuais em Portugal e no Brasil”.
“A AGS desenvolve a sua atividade por intermédio de concessões públicas e através da prestação de serviços aos municípios”, acrescenta o comunicado da AC relativo a esta operação de concentração. Segundo o site oficial da AGS, a empresa serve uma população de quase 900 mil pessoas no segmento de abastecimento de água em Portugal e no Brasil, contando com 457 mil clientes nesses dois mercados. No segmento de águas residuais, a AGS refere servir uma população de 1,153 milhões de pessoas, contando com 432 mil clientes nos dois países.
Entre as concessões geridas pela AGS contam-se a Águas do Sado, Tratave, Águas da Figueira, Águas de Cascais, Águas de Carrazeda, Águas de Gondomar, Águas de Alenquer, Águas da Serra, Taviraverde, FAGAR e AdC – Águas da Covilhã. No Brasil, gere duas concessões, a Águas de Mandaguahy e a Águas de Votorantim.
Artigo publicado na edição nº1979 de 8 de março do Jornal Económico
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