O Banco Português de Fomento (BPF) foi relançado esta segunda-feira, um “conceito que tem de ser provado”, não havendo “espaço para errar” por parte da nova equipa liderada por Gonçalo Regalado, disse Pedro Reis, ministro da Economia, na apresentação do plano de ação para os próximos três anos, deixando seis desafios à gestão que quer tornar esta entidade no “banco de fomento das empresas”.
“É um dia importante para a economia portuguesa porque é um dia que considero ser de refundação do BPF”, um “conceito que tem de ser provado e uma realidade que tem de ser justificada”, disse o governante, notando que a “economia portuguesa tem desafios a que o BPF responde na perfeição” a nível do investimento, inovação, internacionalização, escala e capitalização.
É preciso que a nova equipa – que conta com Gonçalo Regalado no cargo de CEO e com Carlos Leiria Pinto enquanto “chairman” – traga uma “nova ambição” com novos instrumentos e que olhe para os bancos comerciais como parceiros. Um caminho que terá de ser feito com foco em seis vetores.
Em primeiro lugar, o BPF tem de ter a “capacidade de reforçar o portefólio de garantias para mobilizar o financiamento”, indo “tão longe quanto possível nas parcerias”, nomeadamente com o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Fundo Europeu de Investimento (FEI), disse o ministro da Economia.
Já o segundo desafio passa pela “capacidade de se constituir como uma agência de crédito à exportação, que lance novas categorias de seguro para a exportação”, disse o ministro, que quer também que o BPF “alargue e redesenhe a rede de parcerias internacionais”, recordando o interesse que os Emirados Árabes Unidos já demonstraram.
Por outro lado, é preciso “reforçar os instrumentos de capital e de investimento” e “conseguir operacionalizar os investimentos das obrigações agrupadas”. Pedro Reis relembrou que este instrumento está disponível no setor do turismo, “mas pode ir mais longe” e chegar a outros setores.
Por último, o BPF tem de “ativar garantias com aprovação simultânea” que possam permitir “acelerar os fundos do PRR e do PT20230”.
Mais parcerias no horizonte
Gonçalo Regalado, que substituiu Ana Carvalho à frente do BPF, garante que a equipa está preparada para responder a todos estes desafios, acreditando que a entidade que lidera tem um papel crucial na dinamização da economia nacional. O objetivo é chegar aos 14,6 mil milhões de euros em garantias, um montante que será distribuído por quatro programas.
“Queremos apresentar a todos o banco de fomento das empresas, que será uma nova avenida do investimento económico em Portugal e que deve criar as condições para que os empresários sintam confiança no banco”, disse o novo CEO na apresentação do plano de ação.
“Perguntem aos empresários se não vale a pena ter o dobro do financiamento a metade do custo”, pediu o responsável que vem do BCP, notando que “para quem vem da banca comercial e conhece o pricing [custo cobrado pelo financiamento], temos uma proposta de valor muito forte”.
Este apoio à economia e às empresas será feito, entre outras vias, através de parcerias internacionais. Pode estar para breve um acordo com os Emirados Árabes Unidos, mas o BPF não vai ficar por aqui. O objetivo é juntar “duas entidades soberanas, o BPF e um fundo soberano dos Emirados”, detalhou o responsável, estando agora a ser feito “um levantamento de setores onde há interesse em investir cá e nós estamos a fazer o mesmo lá”.
“Temos sentido de urgência porque sabemos que, uma vez construída esta parceria, poderá ser utilizada noutros países”, disse Gonçalo Regalado, referindo que a América do Norte e a Europa são as regiões para “onde estamos a apontar estas parcerias”.
“Temos o roadmap do caminho que queremos fazer. Se conseguirmos fechar duas ou três parcerias seria notável”, revelou o novo CEO do BPF, frisando que o “nosso trabalho é ser o motor de investimento e dar capacidade às empresas portuguesas para chegar a estes mercados”.
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