Os dados da inflação nos EUA em outubro não serão divulgados, fez saber o gabinete de estatísticas laborais daquele país na sexta-feira, fruto ainda da paralisação do Governo federal que terminou a 13 de novembro. Dada a proximidade da reunião da Reserva Federal e a imprevisibilidade dos preços nas leituras deste ano, o banco central vê-se assim sem uma medida fulcral para a tomada de decisão de política monetária.
Os dados do índice de preços no consumidor (IPC) de novembro deveriam ter sido divulgados a 7 de novembro, mas o Governo federal encontrava-se em ‘shutdown’, o mais longo da história do país, o que impossibilitou a coleção de dados. O Gabinete de Estatísticas do Trabalho, departamento responsável por este indicador, anunciou na sexta-feira que, sendo impossível coletar os mesmos retroativamente, a divulgação ficaria cancelada.
Simultaneamente, os dados relativos a novembro, que deveriam ser conhecidos a 10 de dezembro, foram adiados uma semana para dia 18.
Além deste indicador, o Gabinete de Análise Económica do Departamento do Comércio fez também saber que o índice de gastos pessoais de consumo (PCE) também foi adiado, embora não seja ainda conhecida a nova data de publicação. Recorde-se que o PCE é o indicador de referência para a Fed na avaliação da pressão nos preços na economia norte-americana, sendo que os dados de outubro deveriam ser publicados esta quarta-feira, dia 26.
Os números de setembro não foram divulgados.
A Fed optou por cortar os juros de referência em 25 pontos base (pb) na reunião de outubro, reforçando que manteria a dependência dos dados que fossem divulgados e rejeitando qualquer pressão política para acelerar o processo de normalização monetária. Ainda assim, o presidente do banco central, Jerome Powell, reconheceu a dificuldade posta pelo “nevoeiro” criado pela paralisação.
Ainda assim, o mercado inclina-se fortemente para uma descida na última reunião do ano. A ferramenta de monitorização das taxas implícitas de mercado, a FedWatch Tool, aponta para uma probabilidade estimada de 78,9% de uma descida de 25 pb em dezembro, uma subida considerável em relação ao cenário há uma semana, quando o mercado antecipava apenas 42,4% de probabilidade de corte.
“Quando o shutdown acabar e os dados macroeconómicos ficarem disponíveis, projetamos que apoie um corte de taxas em dezembro”, escrevem os analistas da Aberdeen, lembrando os efeitos negativos que a paralisação deverá ter tido no mercado laboral.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com