JE reúne especialistas para debater as tendências e desafios do setor imobiliário

O mercado imobiliário em Portugal tem evoluído de forma absolutamente notável, com vantagens para os investidores que talvez fossem inimagináveis há apenas uma década. Como não podia deixar de ser, é um tema recorrente em eventos, notícias e nas conversas de café.
Como resolver a escassez da oferta, quais as medidas para reduzir os valores do m2, que políticas devem ser criadas a favor dos mais jovens e dos menos favorecidos. Mas estes são apenas alguns tópicos de debates que, quase sempre, acabam sem nada de conclusivo.
Para se chegar a uma análise séria, é preciso ouvir os especialistas. Este é o ponto de partida para o Observatório do Imobiliário, uma iniciativa do Jornal Económico, que tem a sua primeira edição esta segunda-feira, 30 de junho.
Trata-se, inicialmente, de um programa em duas temporadas, sendo cada uma destas composta por dois videocasts. Em cada episódio, grupos de especialistas, investidores, reguladores e outros stakeholders ligados ao setor vão expor as suas ideias, analisar cenários, partilhar experiências e projetar o futuro do setor.
Com a moderação de Rodolfo Alexandre Reis, jornalista no Jornal Económico, o primeiro videocast vai contar com a participação de Mariana Morgado Pedroso, CEO e Owner da Architect Your Home (AYH), Nuno Durão, Managing Partner da Fine & Country, João Freitas Fernandes, CEO da Villas (MAP Group) e Frederico Arruda Moreira, Membro da Direção da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) e presidente da Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Imobiliário.
Em debate vão estar, entre outros temas, o Simplex e o seu papel nas autarquias, o impacto da Inteligência Artificial na arquitetura, a desmistificação do imobiliário de luxo e os problemas associados aos custos de construção.
O Observatório Imobiiário vai ainda apresentar uma série de podcasts com profissionais ligados ao setor, cujos nomes serão revelados à medida que os episódios forem publicados.

Que mercado é este, afinal?

O mercado imobiliário em Portugal tem atingindo índices de rentabilidade que atraem investidores nacionais e estrangeiros e, quando se tem acesso aos números, percebe-se porquê. Segundo a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP), entre novembro de 2023 e novembro de 2024, os fundos de investimento imobiliário no nosso país apresentaram uma rentabilidade média de 35,1%.

É um desempenho histórico, tal como o recorde no aumento do volume de ativos sob gestão pelos fundos imobiliários nacionais: 9,84% entre os meses de novembro de 2023 e 2024, um número mais de seis vezes superior ao da zona euro, de acordo com os dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O mercado continua em clara valorização e, segundo a Pordata, de 2014 para 2024 o preço médio do m2 dos imóveis portugueses, segundo as avaliações da Banca, passou de 752 euros para 1.662 euros, ou seja, aumentou para mais do dobro em apenas dez anos.

Se nos concentrarmos em zonas com valores acima da média, como Cascais, por exemplo, falamos de 1.168 euros em 2014 e 3.152 euros em 2024. Definitivamente, é preciso olhar com sabedoria para este mercado.

Mitos e verdades a esclarecer

“Em Portugal só se constrói para o luxo”, “não há casas porque há alojamentos locais a mais”, “os jovens não conseguem comprar nem um T0”… são frases que se ouvem com frequência, embora nem sempre correspondam à realidade. Estas e outras ideias serão esclarecidas, designadamente a evolução do mercado e o que isso permite antecipar sobre o futuro, que tipo de construção o mercado precisa, o que esperam os investidores e o que se pode fazer pela sustentabilidade do setor. Estas e outras perguntas serão respondidas pelos especialistas.

Cinco curiosidades sobre o mercado imobiliário português

– Lisboa ocupa a 10.ª posição no ranking das cidades europeias mais atrativas para investimento imobiliário em 2025 (Emerging Trends in Real Estate Europe 2025);

– Em Portugal existiam 265 fundos de investimento imobiliário em atividade em 2023, gerindo 14.440 milhões de euros (Tribunal de Contas);

– A maioria dos agregados familiares portugueses tem menos de três pessoas (Pordata);

– A mediação imobiliária representa 3.139 empregos em todo o país, com 56 milhões de euros em remunerações (Emerging Trends in Real Estate Europe 2025);

– Os compradores no imobiliário de luxo em Portugal dão cada vez mais prioridade a fatores relacionados com o estilo de vida (The Portugal News).